"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 24 de maio de 2012

ESCÂNDALO EM SÃO PAULO: QUEBRADO O SIGILO BANCÁRIO DO PRESIDENTE DO TRIBUNAL, JÁ MORTO, E DE SUA VIÚVA

 
A Justiça de São Paulo decretou a quebra dos sigilos bancário e fiscal do presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo Antonio Carlos Viana Santos, morto em 2011, e da viúva dele, a advogada Maria Luiza.

A medida foi determinada após pedido do Ministério Público de São Paulo, que conduz um inquérito civil para apurar o suposto enriquecimento ilícito do casal por meio da venda de sentenças e tráfico de influência.

No inquérito, a Procuradoria investiga denúncia que indica uma negociação para privilegiar um pecuarista e ex-prefeito em uma causa do TJ, em troca do pagamento de propina ao desembargador, então presidente da corte. Santos assumiu a direção do TJ em 2010 e foi encontrado morto em casa no dia 26 de janeiro do ano passado.

O advogado de Maria Luiza, Edson Sampaio, afirmou que “o Ministério Público está sendo midiático, porque o inquérito correu sem que ela [a viúva] fosse ouvida”, e que a advogada forneceria à Procuradoria todos as informações para mostrar que não cometeu quaisquer crimes.
O advogado dos herdeiros de Viana Santos, João Augusto Porto Costa, disse que a família do magistrado não foi notificada sobre o teor do inquérito, mas foi consultada e não se opôs à quebra dos sigilos, “por confiar no trabalho do Ministério Público”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG

A reportagem da Folha é muito interessante, mas tem uma falha. Não revela qual foi o magistrado (ou magistrada) que determinou a quebra dos sigilos. É muito importante sabermos que ainda há juízes de respeito em nosso país. É preciso aplaudir e prestigiar esse tipo de magistrado (ou magistrada).

24 de maio de 2012
Flávio Ferreira (Folha de S. Paulo)

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