Enquanto as atenções da mídia voam entre a farsa da CPI do Cachoeira e a luta do PT para abafar o julgamento do Mensalão; a massa alienada só quer saber de detalhes da recuperação do cantor sertanejo, do roubo das fotos de Carolina Dieckmann e da entrevista da Xuxa. A “Grande Imprensa” garante o preenchimento da telinha no horário nobre com tudo; menos com o que realmente interessa.
Enquanto se perde tempo e se foca a atenção no circo armado pelos próprios acusados e cúmplices para evitar a divulgação de mais envolvidos e a realização de investigações mais aprofundadas do mais novo escândalo da República; a corja de ladrões que enche o Congresso Nacional trabalha celeremente para solapar a Lei da Ficha Limpa e poder roubar sem ser incomodada por essa gente chata que pensa ser a política um lugar que deve ser reservado apenas para gente honesta.
Aproveitando o “spray” da Cachoeira e a nebulosidade natural que ele provoca, o deputado Roberto Balestra (PP-GO – Será Partido da Propina do Estado da Cachoeira?) entra com um “projeto relâmpago e secreto (sequer foi listado na ordem do dia). É o projeto 3839/2012 que visa reduzir o alcance da Leia da Ficha Limpa ao determinar que a certidão de quitação eleitoral será dada aos candidatos que apresentarem à Justiça Eleitoral a prestação de contas da campanha anterior, conforme determina a lei, “ainda que as contas sejam desaprovadas”. Ou seja, mesmo que o ladr… digo, candidato não tenha apresentado suas contas da campanha anterior dentro “dos conformes” ele poderá concorrer às novas eleições mesmo com as conta reprovadas.
E a coisa não para por aí. Os caras querem aprovar o projeto, agora no Senado, a “toque de caixa”. Sem qualquer debate e, de preferência, sem que seja levado ao conhecimento do público. A pressa visa fazê-lo valer ainda para as eleições deste ano.
Como a medida os favorece, a cúpula mafiosa de Brasília alega que não há necessidade de se ater ao princípio da anualidade (a lei só valeria a partir do próximo ano). Fato este, aliás, defendido por eles, com unhas e dentes, quando da aprovação da Lei da Ficha Limpa.
O detalhe fundamental é que sequer houve debate na Câmara. A votação foi na base do “Tiro Certo” e quase todos os partidos concordaram (o único a dizer “não” para essa imoralidade foi o PSOL). O projeto é uma demanda dos partidos que, liderados pelo PT, já vinham tentando derrubar esse ponto da lei no STF. Assim, visando burlar a inevitável lentidão do tribunal, “Vs. Excrescências” resolveram “sujas as mãos” (mais ainda) e tomar as rédeas da cafajestagem eles mesmos.
Enquanto isso vamos bater palmas para o circo da CPI, chorar com as revelações tardias da Xuxa, rir de felicidade com a recuperação do sertanejo e criticar os hackers que meteram Carolina Dieckmann nessa confusão. Afinal, vem aí a Copa do Mundo, as Olimpíadas e o Brasileirão só está começando. Isso é claro, sem falar no drama envolvendo a Carminha, o Jorginho e a Nina e a estreia de Carrossel.
Para que se preocupar com os ladrões e mafiosos de sempre? Vamos reelegê-los mesmo. Ou você acha que vamos perder a doce oportunidade de manifestar nossa indignação, com a roubalheira generalizada, na mesa do bar nos dias sem futebol?
23 de maio de 2012
visão panorâmica
Enquanto se perde tempo e se foca a atenção no circo armado pelos próprios acusados e cúmplices para evitar a divulgação de mais envolvidos e a realização de investigações mais aprofundadas do mais novo escândalo da República; a corja de ladrões que enche o Congresso Nacional trabalha celeremente para solapar a Lei da Ficha Limpa e poder roubar sem ser incomodada por essa gente chata que pensa ser a política um lugar que deve ser reservado apenas para gente honesta.
Aproveitando o “spray” da Cachoeira e a nebulosidade natural que ele provoca, o deputado Roberto Balestra (PP-GO – Será Partido da Propina do Estado da Cachoeira?) entra com um “projeto relâmpago e secreto (sequer foi listado na ordem do dia). É o projeto 3839/2012 que visa reduzir o alcance da Leia da Ficha Limpa ao determinar que a certidão de quitação eleitoral será dada aos candidatos que apresentarem à Justiça Eleitoral a prestação de contas da campanha anterior, conforme determina a lei, “ainda que as contas sejam desaprovadas”. Ou seja, mesmo que o ladr… digo, candidato não tenha apresentado suas contas da campanha anterior dentro “dos conformes” ele poderá concorrer às novas eleições mesmo com as conta reprovadas.
E a coisa não para por aí. Os caras querem aprovar o projeto, agora no Senado, a “toque de caixa”. Sem qualquer debate e, de preferência, sem que seja levado ao conhecimento do público. A pressa visa fazê-lo valer ainda para as eleições deste ano.
Como a medida os favorece, a cúpula mafiosa de Brasília alega que não há necessidade de se ater ao princípio da anualidade (a lei só valeria a partir do próximo ano). Fato este, aliás, defendido por eles, com unhas e dentes, quando da aprovação da Lei da Ficha Limpa.
O detalhe fundamental é que sequer houve debate na Câmara. A votação foi na base do “Tiro Certo” e quase todos os partidos concordaram (o único a dizer “não” para essa imoralidade foi o PSOL). O projeto é uma demanda dos partidos que, liderados pelo PT, já vinham tentando derrubar esse ponto da lei no STF. Assim, visando burlar a inevitável lentidão do tribunal, “Vs. Excrescências” resolveram “sujas as mãos” (mais ainda) e tomar as rédeas da cafajestagem eles mesmos.
Enquanto isso vamos bater palmas para o circo da CPI, chorar com as revelações tardias da Xuxa, rir de felicidade com a recuperação do sertanejo e criticar os hackers que meteram Carolina Dieckmann nessa confusão. Afinal, vem aí a Copa do Mundo, as Olimpíadas e o Brasileirão só está começando. Isso é claro, sem falar no drama envolvendo a Carminha, o Jorginho e a Nina e a estreia de Carrossel.
Para que se preocupar com os ladrões e mafiosos de sempre? Vamos reelegê-los mesmo. Ou você acha que vamos perder a doce oportunidade de manifestar nossa indignação, com a roubalheira generalizada, na mesa do bar nos dias sem futebol?
23 de maio de 2012
visão panorâmica
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