Na semana passada, Rui Falcão, presidente do PT, anunciou que o próximo alvo do governo Dilma Rousseff é a imprensa. Escrevi a respeito. Consta que a presidente não gostou. Esse é o projeto de Lula, Dirceu e Falcão, mas não de Dilma e de Paulo Bernardo, ministro da área. Sim, o JEG e a BESTA são financiados com dinheiro público, mas não parece que a censura, como querem os valentes, esteja no horizonte. Vamos ver. Uma notícia da Agência Efe, reproduzida ontem na VEJA Online, mostra como Falcão tem, assim, uma verdadeira comunhão de alma com as Farc, o grupo narcoterrorista da Colômbia, no que diz respeito ao jornalismo. Leiam. Trechos. Volto em seguida.
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A libertação do jornalista francês Romeo Langlois, em poder das Farc desde 28 de abril, foi condicionada a um “amplo debate” sobre a cobertura do conflito armado na Colômbia, o que provocou a rejeição imediata da imprensa no país. “Romeo Langlois vestia roupas militares do Exército regular em meio a um combate. Acreditamos que o mínimo que se pode esperar para a recuperação de sua plena mobilidade é a abertura de um amplo debate nacional e internacional sobre a liberdade de informar”, disse o comando central da guerrilha em um comunicado fechado, em 3 de maio, e enviado nesta segunda-feira a vários meios de comunicação colombianos.
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A libertação do jornalista francês Romeo Langlois, em poder das Farc desde 28 de abril, foi condicionada a um “amplo debate” sobre a cobertura do conflito armado na Colômbia, o que provocou a rejeição imediata da imprensa no país. “Romeo Langlois vestia roupas militares do Exército regular em meio a um combate. Acreditamos que o mínimo que se pode esperar para a recuperação de sua plena mobilidade é a abertura de um amplo debate nacional e internacional sobre a liberdade de informar”, disse o comando central da guerrilha em um comunicado fechado, em 3 de maio, e enviado nesta segunda-feira a vários meios de comunicação colombianos.
Esta é a primeira declaração que a direção das Farc faz sobre Langlois, capturado pela guerrilha quando realizava uma reportagem no sul do país sobre operações de combate às drogas para o canal France 24. Langlois, de 35 anos, foi ferido no braço em meio ao combate e se entregou aos guerrilheiros, se identificando como civil, depois de tirar o colete a prova de balas e o capacete que o Exército tinha oferecido, segundo testemunhos de soldados que o acompanhavam. O comunicado diz que Langlois foi detido “na qualidade de prisioneiro de guerra” e que “os jornalistas que as Forças Armadas colombianas levam com eles em suas operações militares não cumprem com o propósito imparcial de informar sobre a realidade, mas sim manipulá-la para servir ao projeto de guerra contra o povo colombiano”.
Repercussão
O condicionamento da liberdade de Langlois foi rejeitado imediatamente pelos principais meios de comunicação colombianos em editoriais de seus noticiários da tarde, que enfatizaram que não se pode debater sobre os “limites da imprensa”. “É inaceitável. Uma coisa é debater (sobre o jornalismo) e outra é condicionar a liberdade dele”, disse Andrés Morales, diretor da Federação para a Liberdade de Imprensa (Flip). Apesar de ter sido redigido na quinta-feira, o comunicado foi divulgado depois que um guerrilheiro da Frente 15 das Farc, que se identificou como Ancizar, conhecido como Monazo, declarou em um vídeo que sua unidade está com Langlois, confirmou sua condição de jornalista francês e disse que espera “que superemos em breve esse impasse”.
Pouco depois da divulgação do vídeo, a ex-senadora colombiana Piedad Córdoba, que dirige o grupo Colombianos e Colombianas pela Paz, se mostrou confiante de que Langlois será libertado em breve. “Estamos muito confiantes de que ele será entregue a seus familiares de maneira rápida e que isso contribuirá cada vez mais para dar credibilidade ao processo de construção da confiança”, afirmou.
Voltei
Assim como certo bando do petismo reivindica o direito de ensinar aos jornalistas como eles devem fazer o seu trabalho, os “companheiros” das Farc pretendem estabelecer o que é e o que não é aceitável à imprensa fazer.
Assim como certo bando do petismo pretende usar a CPI para “debater a relação dos jornalistas com suas fontes”, as Farc pretendem debater o papel da imprensa na Colômbia.
Assim como certo bando do petismo pretende decidir com quais fontes os jornalistas podem falar, as Farc pretendem discutir o enfoque da imprensa na cobertura da narcoguerrilha.
Assim como certo bando do petismo se julga injustiçado pelo jornalismo independente, as Farc querem discutir a cobertura considerada parcial.
Assim como algumas minoridades morais flertam abertamente com o banditismo contra a democracia no Brasil, há na Colômbia figuras execráveis como Piedad Córodba, que não passa de uma filonarcoterrorista.
Na Colômbia, as Farc sequestram um jornalista para tentar provar as suas teses e veicular a sua mensagem; no Brasil, pretendem roubar a reputação de profissionais honestos e usar a rede a soldo na Internet para o trabalho de difamação.
Vocês já viram algum defensor da democracia, algum defensor de uma sociedade aberta, alguma democrata fazer pregação contra a liberdade de imprensa? Não! Isso é o que é coisa: coisa de ditadores e bandidos.
Há petistas que estão começando a descobrir que o poder não é eterno como os diamantes — nem nas ditaduras. A questão é saber se o partido se prepara para conviver com outras forças numa sociedade aberta ou se presta atenção às vozes que vêm dos subeterrâneos em favor de um golpe contra a democracia. Que as instituições não vão entregar a rapadura ao PT sem luta, ah, isso não vão!
O Brasil rejeita esse “modo Farc” de ver o mundo.
08 de maio de 2012
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