O Estado de hoje traz editorial super interessante mostrando as razões pelas quais, correndo na direção inversa dos números de redução da pobreza extrema, que entre 1995 e 2008 caiu de 20% para 10% da população e, desde então, caiu mais ainda, a quantidade de brasileiros vivendo em favelas quase dobrou, subindo de 6,5 milhões no ano 2000 para 11,4 milhões em 2012.
A explicação está no fomento à favelização dado por máfias políticas bem organizadas e conhecidas - como, por exemplo a que é controlada pela família Tatto, os reis de Guarapiranga e da Capela do Socorro em São Paulo, hoje muito poderosa no PT - que mantêm-se no poder incentivando a invasão de mananciais e áreas de risco para depois, sob o pretexto de evitar "crises sociais", venderem por votos a legalização dos lotes e a urbanização das favelas assim formadas.
Reportagem do próprio jornal mostrou que a valorização média de um barraco nas favelas urbanizadas mais centrais de São Paulo foi de 900%.
Mas mostrou também o outro lado da moeda. Com o preço de um barraco de quatro a cinco cômodos indo de R$ 15 mil para em torno de R$ 100 mil (mais o IPTU), essas favelas tornam-se um luxo que os miseráveis que as criaram não podem pagar e, com isso, eles acabam vendendo o que tinham para famílias remediadas e mudando-se para novas áreas de risco nas periferias.
Essa nova modalidade de "especulação imobiliária" associada à exploração da pobreza, que de maneira nenhuma é exclusividade de São Paulo, está levando à expansão acelerada da favelização em diversos estados brasileiros, apesar da redução do numero de miseráveis.
Não é mais apenas um fenômeno social, portanto. É mais uma florescente indústria criada pela política. Como aquela dos "sem-terra" cujo número crescia exponencialmente quanto mais terra se lhes entregava, que começou a murchar assim que um governo um pouquinho mais honesto houve por bem parar de fabricá-los em série.
08 de maio de 2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário