"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 31 de maio de 2012

QUE COISA!


Isso me fez lembrar algo que eu falava, na década de 1990, antes da privatização das teles, que a Telesp não era uma companhia telefônica, e sim uma construtora.
Pois fazia prédios a dar com pau mas, prestar serviço telefônico, picas.
Tem até uma história de um vetusto amigo, que trabalhou no Jornal do Brasil, na época da Telebrás, de triste memória. Ele me disse que os repórteres tinham um auxiliar, cujo cargo possuía o sugestivo nome de “esperador de linha”.

Ficavam dependurados no telefone até o aparelho safado dar linha, e então chamavam o repórter para que ele pudesse fazer a ligação.

Pois é. Nas estatais, as coisas não mudaram muito, como todos devem saber. E o mercado de ações diz que as ações da Petrobrás são “blue chips”.
A título de curiosidade, o termo é originário dos cassinos porque, no pôquer, as fichas azuis (literalmente blue chips, em inglês) são as mais valiosas.

Por similitude, ou analogia, o termo é empregado no mercado de ações, para designar ações de empresas bem estabelecidas, de grande porte, nacional e internacional, com comprovada lucratividade, principalmente a longo prazo, e com poucas obrigações, resultando em situação econômica e financeira positiva, o que, no nosso caso, não é verdade.
A empresa (?) é um cabidaço de boquinhas políticas, como o é o Banco do Brasil, mal administrados e, na minha opinião, blue chips, ah, faz-me rir, pois não confio em nenhum balanço de estatais como essas. Se uma empresa particular fizesse esses malabarismos contábeis, seus diretores poderiam ser imediatamente processados por crimes contra a fé pública.

Pequeno exemplo é o caso do navio João Cândido, cuja construção começou em 2007, para que a senhora dona presidenta o batizasse, ainda como candidata. O casco foi ao mar sem condições de navegabilidade e teve de voltar ao dique seco.

Mais as dezenas de trapalhadas. E como esses prejuízos estão sendo lançados? Já são mais de 5 anos de novela. Mas como as estatais estão sob as asas protetivas do governo…
Gostaria de encerrar com uma frase de nosso editor, perfeita para este caso:


“Com muita freqüência se diz que o Brasil é uma país sem memória mas, não é bem assim. Quando ela aparece, sempre chega um político e puxa a descarga”.

31 de maio de 2012
Magu

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