Gilberto Carvalho, ministro de estado, age como porta-voz de Lula, e Marco Maia, presidente da Câmara, como um juiz debochado
Passar uma borracha uma ova! O que aconteceu não pode ser jamais esquecido. Quem está falando acima ainda é o militante petista, não o presidente da Câmara. Com que então um ministro do Supremo vira alvo de uma central de boatarias, especulações e desqualificações e deveria permanecer calado? Por quê?
Reinaldo Azevedo
A presidente Dilma Rousseff mandou o governo ficar fora das maluquices de Lula, mas Gilberto Carvalho, secretário geral da Presidência e uma espécie de espião do ApeDELTA no Palácio, não se contém. Comportando-se como porta-voz do ex-presidente, afirmou que este não vai mais se pronunciar sobre o confronto com Gilmar Mendes.
“Não vai mais”??? Que se saiba, até agora, ele não disse nada. A nota divulgada ontem, erroneamente atribuída pela imprensa ao ApeDELTA, foi emitida pela Instituo Lula. Um ministro de Estado atuar como porta-voz de um militante do PT — e o Babalorixá de Banânia, hoje, é só isso — é um completo despropósito.
Não é o único a protagonizar um vexame. Marco Maia (PT-RS), presidente da Câmara, está disposto a cobrir a vergonha de ontem com a de hoje e a de hoje com a de amanhã. Este senhor até parecia destinado a se dar conta de seu papel institucional. Mas não tem jeito. A natureza do escorpião é o que é.
Ontem, fez um ataque absolutamente inaceitável ao ministro Gilmar Mendes. Hoje, o que parecia um recuo revelou-se cinismo, beirando o deboche: “Eu acho que nós temos agora é que dar um chá de camomila para todos os envolvidos, para que se volte à normalidade e à calma que é necessária neste momento e principalmente quando se aproxima o julgamento do mensalão no STF”.
Segundo ainda o Portal G1, “Maia definiu a reação de Mendes como ‘quase incompreensível’, ‘agressiva’, ‘raivosa’ e ‘desproporcional’, mas se focou em pedir que o assunto seja encerrado. ‘O importante é que se passe uma borracha sobre este episódio. Temos de trabalhar no sentido de botar panos quentes, distribuir um bom chá a cada um aí, no sentido de acalmar os ânimos, porque o que nos interessa é que o trabalho do Judiciário seja feito com a maior transparência possível’, afirmou.”
Voltei
Passar uma borracha uma ova! O que aconteceu não pode ser jamais esquecido. Quem está falando acima ainda é o militante petista, não o presidente da Câmara. Com que então um ministro do Supremo vira alvo de uma central de boatarias, especulações e desqualificações e deveria permanecer calado? Por quê?
Maia é presidente da Câmara. É vergonhoso que decida se comportar como juiz de um ministro do Supremo Tribunal Federal.
31 maio de 2012
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