Nas duas oportunidades em que se manifestou publicamente, o ex-presidente Lula deixou de fazer a única coisa de que necessitaria para esclarecer o que se passou em seu malfadado encontro com Gilmar Mendes: desmentir.
A primeira oportunidade de afirmar “isso é mentira” foi desperdiçada na nota do Instituto Lula, que trata as denúncias de Gilmar Mendes como uma “versão endossada pela revista Veja”, quando o ministro já havia reafirmado, nos mesmos termos, e até ampliado, o que dissera à revista. Não há a declaração mágica que poderia ao menos lançar dúvida sobre o que relatou Gilmar Mendes.
Na segunda, ontem, no Palácio do Planalto, igualmente não houve o desmentido. O ex-presidente falou de pé para afastar suspeitas sobre sua doença, mas não disse rigorosamente nada. “Você sabe que tem muita gente que gosta de mim, mas tem algumas que não gostam. Eu tenho que tomar cuidado contra essas [pessoas]. São minoria”.
Tudo se resumiria, desta forma, a uma questão de foro íntimo das pessoas que gostam ou não dele. Mas o desmentido não veio.
Hoje Lula terá sua terceira oportunidade. Está programada para hoje uma entrevista ao Programa do Ratinho. Ratinho deve montanhas de favores a Lula. Tornou-se um grande concessionário de empresas de comunicação durante os anos da administração petista.
Poderia fazer um favor a Lula: perguntar a ele “é mentira, presidente, ou é verdade o que disse Gilmar Mendes?” Talvez Lula aproveite a chance para dizer, pela primeira vez, afirmar que Gilmar Mendes é um metiroso e que nada do que disse aconteceu.
Se o silêncio persistir, a declaração do ministro do STF continuará sendo a única versão crível sobre todo esse episódio.
31 de maio de 2012
blog do pannunzio
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