Lula é um velho amigo do estafeta de Hugo Chávez |
A diplomacia venezuelana reagiu nesta quarta-feira às declarações dadas pelo ministro do STF Gilmar Mendes ao GLOBO. Na entrevista, referindo-se a “ações orquestradas contra o Supremo”, Gilmar disse que o Brasil não era a Venezuela, onde Hugo Chávez “mandou até prender juiz”.
“As declarações do ministro do do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes ao jornal O GLOBO, se de fato ocorreram, constituem uma afronta à população venezuelana, e demonstram profunda ignorância sobre a realidade de nosso país”, diz um dos trechos da nota da embaixada, assinada por Maximilien Arveláiz. O embaixador venezuelano disse ainda que o seu país possui um estado democrático:
“Nossa Constituição, elaborada pela Assembleia Constituinte e referendada pelas urnas, determina a separação de poderes, estabelece direitos de cidadania e configura os instrumentos judiciais cabíveis, ou seja, o presidente da Venezuela não manda prender cidadão algum, independentemente do cargo que ocupe. Recorrer à desinformação para envolver a Venezuela em debates que dizem respeito apenas aos brasileiros é uma atitude indecorosa - ainda mais partindo de um ministro da mais alta Corte da nação irmã - e não reflete a parceria histórica entre Brasil e Venezuela”.
Gilmar Mendes tem dito à imprensa que ficou insatisfeito com a atitude do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em encontro mediado pelo ex-ministro Nelson Jobim. Segundo reportagem da revista “Veja”, em troca de proteção na CPI do Cachoeira, Lula teria indicado que queria que Mendes postergasse o julgamento do mensalão.
Leia a íntegra da nota:
“Nota oficial Embaixada da República Bolivariana da VenezuelaAs declarações do ministro do STF Gilmar Mendes ao jornal O Globo, se de fato ocorreram, constituem uma afronta à população venezuelana, e demonstram profunda ignorância sobre a realidade de nosso país.
Nossa Constituição, elaborada pela Assembleia Constituinte e referendada pelas urnas, determina a separação de poderes, estabelece direitos de cidadania e configura os instrumentos judiciais cabíveis, ou seja, o presidente da Venezuela não manda prender cidadão algum, independentemente do cargo que ocupe.
Recorrer à desinformação para envolver a Venezuela em debates que dizem respeito apenas aos brasileiros é uma atitude indecorosa - ainda mais partindo de um ministro da mais alta corte da nação irmã - e não reflete a parceria histórica entre Brasil e Venezuela.
Maximilien Arveláiz, embaixador da República Bolivariana da Venezuela no Brasil”
31 de maio de 2012
in aluizio amorim
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