"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 25 de maio de 2012

UMA INICIATIVA DO MUSEU DA CORRUPÇÃO

Em ano eleitoral, Museu da Corrupção promove parceria com jornais regionais


Luiz Gustavo Pacete | 20/01/2012

O Museu da Corrupção (MuCo) está reforçando sua parceria com jornais regionais em troca de informações sobre escândalos locais. A primeira delas foi com o jornal gaúcho Zero Hora e outras seguem em negociação com O Globo, O Estado de Minas e Correio Braziliense
Luiz Gustavo Pacete


Luiz Octávio de Lima
Luiz Octávio de Lima, editor de web do Diário do Comércio e coordenador do MuCo, explica que as parcerias regionais permitem ao museu aumentar a capacidade de registrar a corrupção local no Brasil. “Em muitos casos, os desvios regionais envolvem maiores valores”, ressalta.

Outra parceria fechada foi com a ONG Anticorrupção na França (Anticor) e com a ONU, que também reconheceu a importância do site. Além disso, o MuCo conta com um núcleo específico de corrupção no esporte, mantido em parceria com o jornal Lance!.

Iniciativa do Diário do Comércio, ligada à Associação Comercial de São Paulo (ACSP), a plataforma totalmente virtual, criada em abril de 2009, já foi reconhecida pelo “Prêmio Esso de Contribuição à Imprensa de 2009”. Desde sua criação, o site já atingiu seu primeiro milhão de acessos e atualmente mantém uma média entre 600 e 800 mil acessos mensais.

Segundo o jornalista Moisés Rabinovici, idealizador do projeto e colunista da revista IMPRENSA, o MuCo possui um reconhecimento que não foi considerado à altura pela imprensa nacional. “A não ser por uma nota no caderno de informática de O Globo, outra na Folha, nada, nenhuma linha, nem mesmo um registro de nascimento, ou menção quando foi premiado”, critica em sua coluna.
Divulgação


Espaço do humor
Apesar da pouca repercussão na imprensa, o MuCo é fonte de pesquisa entre acadêmicos e contribui para jornalistas que precisam resgatar fatos de corrupção no país.

Octávio explica à IMPRENSA que a ideia do museu é traçar uma linha histórica da corrupção no Brasil desde o descobrimento. A plataforma é atualizada diariamente e conta com uma curadoria. Navegando pelo site é possível visualizar áreas como a Sala dos Escândalos, Operações da PF e Sala das CPIs.

Além do digital

Apesar de ser totalmente digital, o MuCo realiza eventos que extrapolam os limites da internet. Em setembro de 2009, o museu realizou no Largo São Francisco, junto com a faculdade de direito, um evento sobre corrupção e já realizou conferências em outros países.

Octávio explica que o objetivo é colocar uma dose de humor para que o assunto seja mais atrativo. “Temos uma seção chamada de pizzaria e até uma loja de produtos, tudo isso para deixar a abordagem mais leve".

Outra seção de destaque do MuCo é a de serviços, onde o visitante pode fazer denuncias e encontrar o contato dos parlamentares. “A gente tinha certo medo, não era comum falar sobre corrupção”, diz Octávio. Apesar da preocupação, o jornalista conta que até hoje a iniciativa recebeu somente um processo. “Sofremos um processo de Edmar Moreira, recorremos e ganhamos”.

Cultura da corrupção

Perguntando como foi o acesso ao museu na campanha eleitoral de 2010, Octávio explica que “sentiu certa decepção, pois o eleitor continua se mantendo indiferente em relação à corrupção. As pessoas ainda votam de forma emocional, corrupção não é um fator para deixar de votar em alguém”, lamenta.

Para mais informações, acesse o site do museu, clicando aqui.

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