Caros Drs. Hocus & Pocus.
Encontrei em documentos de família a foto abaixo do que parece ser um equipamento complexo. Aparentemente foi tirada por meu falecido tio-avô que passou muito tempo num lugarejo perdido no litoral sul da Bahia, terra-de-ninguém entre esse estado e o Espírito Santo.
No verso da fotografia está escrito em gótico a palavra “catinfante”. Junto com a foto há desenhos extremamente bem executados de borboletas azuis com pintas e zebras rosadas, mas estranhamente com as feições do elefante Dumbo.
Há algum registro da existência e/ou uso deste equipamento.
Atenciosamente
Aloísio Rebússio
Caro Aloísio
A foto enviada combinada com as folhas avulsas com imagens de elefantes rosados voando indica que esta é uma valiosa peça de antropologia e arqueologia industrial.
Na segunda metade do século XX, um imigrante italiano percorria o interior do Brasil desenhando e vendendo embalagens de papel corrugado para as indústrias.
Não conseguimos determinar exatamente qual seu nome, mas consta que nas multinacionais produtoras de alimentos era conhecido por “Marty”. Nos botecos de arrabalde era chamado de “Gringo” ou “Vermelho Maluco”.
Gringo tinha um grande apetite para mulatas e bebidas alcoólicas, sendo que depois de uma noitada com as garrafas, sendo um pintor e desenhista de certo talento, distribuía aos amigos pinturas em guache de elefantes coloridos que apareciam voando pelo seu quarto em meio a uma névoa etílica.
Um dia decidiu que seria o inventor da caixaideal para o transporte de bananas. Abandonou a venda de embalagens e mudou-se para um lugarejo na Bahia, abriu um restaurante onde introduziu a pizza e a lasanha de jerimum com caranguejo. Todos os dias entre a hora de servir o almoço e a hora da janta isolava-se numa oficina no fundo do restaurante levando uma garrafa de “Old Stroessner”. De dentro do barracão ouvia-se o ruído de ferramentas, saiam nuvens de vapor e a voz de taquara rachada do inventor cantando “Va Pensiero”.
Após quase um ano um dia as portas do barracão foram abertas e o gringo mostrou sua maravilhosa criação. Não inventara uma caixa para bananas. Mas inventara um desentortador de bananas, o uso do qual permitiria desenhar posteriormente caixas para qualquer tamanho de bananas.
Patentes mundiais foram requeridas para o produto, e aparentemente descortinavam-se anos de vida próspera para Gringo.
Contudo uma noite surgiu no porto de pescadores local um navio de bandeira jamaicana. A bordo estava um famoso cantor jamaicano-americano cuja mais conhecida canção tratava de estivadores do porto de Kingston (Harry Belafonte Day-O Banana Boat)
Imediatamente percebeu que essa invenção teria o pendor de acabar com o meio de vida dos estivadores da Jamaica, já que caixas regulares poderiam ser carregadas nos navios com empilhadeiras e gruas, enquanto até então os enormes cachos de banana eram carregados nas costas dos operários. .
Na manhã seguinte o restaurante não abriu, o galpão amanheceu vazio e Gringo desaparecera. Sua máquina também sumira. Nunca mais foram vistos.
Contudo recentemente um dos pesquisadores apoiados pela Fundação H & P foi chamado para a apresentação de uma criação recente. Uma maquina de abrir garrafas de vinho que também enche uma taça. O local da apresentação da máquina, denominada “Traquitana” (Rob Higgs) foi numa suntuosa mansão de propriedade do inventor, perto de Bruxelas.
O pesquisador reparou que na parede acima da lareira da sala principal havia um quadro gigantesco. O quadro era de um senhor de copiosas barbas vermelhas, vestindo chapéu Panamá, num cenário tropical. Na cena voam pequenas borboletas azuis e rosadas, com cara de elefante, e no fundo vê-se uma misteriosa máquina.
Perguntado quem era aquele o inventor explicou que era um auto-retrato de seu avô, aventureiro que um dia chegara à Europa depois de uma longa vida de aventuras pelo mundo. Viera trazendo uma fortuna misteriosa e casara com sua avó, dona do palácio, de família nobre mas decadente.
Seu invento, “A Traquitana” teria sido inspirado pelas conversas com seu avô que sempre desejara uma máquina para encher seu copo de uísque.
Agradecemos nos ter enviado estes documentos e esperamos que nos contate se encontrar mais material.
Hocus & Pocus
Ralph J. Hofmann
25 de março de 2012
Encontrei em documentos de família a foto abaixo do que parece ser um equipamento complexo. Aparentemente foi tirada por meu falecido tio-avô que passou muito tempo num lugarejo perdido no litoral sul da Bahia, terra-de-ninguém entre esse estado e o Espírito Santo.
No verso da fotografia está escrito em gótico a palavra “catinfante”. Junto com a foto há desenhos extremamente bem executados de borboletas azuis com pintas e zebras rosadas, mas estranhamente com as feições do elefante Dumbo.
Há algum registro da existência e/ou uso deste equipamento.
Atenciosamente
Aloísio Rebússio
Caro Aloísio
A foto enviada combinada com as folhas avulsas com imagens de elefantes rosados voando indica que esta é uma valiosa peça de antropologia e arqueologia industrial.
Na segunda metade do século XX, um imigrante italiano percorria o interior do Brasil desenhando e vendendo embalagens de papel corrugado para as indústrias.
Não conseguimos determinar exatamente qual seu nome, mas consta que nas multinacionais produtoras de alimentos era conhecido por “Marty”. Nos botecos de arrabalde era chamado de “Gringo” ou “Vermelho Maluco”.
Um dia decidiu que seria o inventor da caixaideal para o transporte de bananas. Abandonou a venda de embalagens e mudou-se para um lugarejo na Bahia, abriu um restaurante onde introduziu a pizza e a lasanha de jerimum com caranguejo. Todos os dias entre a hora de servir o almoço e a hora da janta isolava-se numa oficina no fundo do restaurante levando uma garrafa de “Old Stroessner”. De dentro do barracão ouvia-se o ruído de ferramentas, saiam nuvens de vapor e a voz de taquara rachada do inventor cantando “Va Pensiero”.
Após quase um ano um dia as portas do barracão foram abertas e o gringo mostrou sua maravilhosa criação. Não inventara uma caixa para bananas. Mas inventara um desentortador de bananas, o uso do qual permitiria desenhar posteriormente caixas para qualquer tamanho de bananas.
Patentes mundiais foram requeridas para o produto, e aparentemente descortinavam-se anos de vida próspera para Gringo.
Contudo uma noite surgiu no porto de pescadores local um navio de bandeira jamaicana. A bordo estava um famoso cantor jamaicano-americano cuja mais conhecida canção tratava de estivadores do porto de Kingston (Harry Belafonte Day-O Banana Boat)
Imediatamente percebeu que essa invenção teria o pendor de acabar com o meio de vida dos estivadores da Jamaica, já que caixas regulares poderiam ser carregadas nos navios com empilhadeiras e gruas, enquanto até então os enormes cachos de banana eram carregados nas costas dos operários. .
Na manhã seguinte o restaurante não abriu, o galpão amanheceu vazio e Gringo desaparecera. Sua máquina também sumira. Nunca mais foram vistos.
Contudo recentemente um dos pesquisadores apoiados pela Fundação H & P foi chamado para a apresentação de uma criação recente. Uma maquina de abrir garrafas de vinho que também enche uma taça. O local da apresentação da máquina, denominada “Traquitana” (Rob Higgs) foi numa suntuosa mansão de propriedade do inventor, perto de Bruxelas.
O pesquisador reparou que na parede acima da lareira da sala principal havia um quadro gigantesco. O quadro era de um senhor de copiosas barbas vermelhas, vestindo chapéu Panamá, num cenário tropical. Na cena voam pequenas borboletas azuis e rosadas, com cara de elefante, e no fundo vê-se uma misteriosa máquina.
Perguntado quem era aquele o inventor explicou que era um auto-retrato de seu avô, aventureiro que um dia chegara à Europa depois de uma longa vida de aventuras pelo mundo. Viera trazendo uma fortuna misteriosa e casara com sua avó, dona do palácio, de família nobre mas decadente.
Seu invento, “A Traquitana” teria sido inspirado pelas conversas com seu avô que sempre desejara uma máquina para encher seu copo de uísque.
Agradecemos nos ter enviado estes documentos e esperamos que nos contate se encontrar mais material.
Hocus & Pocus
Ralph J. Hofmann
25 de março de 2012
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