"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 4 de junho de 2012

BOQUIRROTO ARREPENDIDO?


Numa espécie de delação premiada ou mea culpa, o ex-diretor do Dnit Luiz Antonio Pagot, está neste fim de semana nas revistas Época e IstoÉ.

Ele faz acusações de caixa dois na campanha de José Serra (PSDB) e de coação de empreiteiros para fazerem doações à campanha de Dilma e conta que ele próprio reuniu empreiteiros.

Se hoje Pagot insinua que foi obrigado a fazer tais atos, na época flutuava por Mato Grosso como o grande arrecadador da campanha presidencial, chegou a dizer que havia sido convidado para ser coordenador da campanha, mas que havia declinado do convite, pois tinha muito trabalho para administrar as obras do PAC, que hoje sabemos, cheias de irregularidades.

Depois da eleição, o mesmo Pagot que se insinua vítima de partidos políticos, se disse convidado a ser ministro do Transporte, tamanha a confiança e moral que tinha com a presidente Dilma.

Compulsivo forjador do próprio passado, pessoa sinistra e de olhar raso, diferente do que declarado nas revistas, ninguém em Mato Grosso sabe ao certo quem é Pagot, de onde veio e o que fez para chegar aonde chegou.
Várias versões já foram contadas, inclusive a de que foi integrante do Cenimar, o mais cruel órgão de repressão no período militar. Fato jamais comprovado.

Segundo seu padrinho político, o senador Blairo Maggi, Pagot foi “quase almirante”.
Mentira contada ou pelo marinheiro ou pelo padrinho. Foi candidato a vereador em São Miguel do Iguaçu e teve pouco mais de 200 votos.

De funcionário do grupo Amaggi, hoje é um próspero criador de gado. Na capital comprou um belo apartamento com dinheiro que guardava no colchão.
Enfim, é uma figura que surgiu no estado em 2003 trazido pelo então governador eleito Blairo Maggi.

A única coisa do passado de Pagot que se comprova é que ele foi funcionário fantasma do Senado e por isso responde a processo movido pelo Ministério Público Federal.

Aos interessados, clique aqui para ler a Época e aqui a IstoÉ.

Dados do processo

PODER JUDICIARIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1a REGIAO
PROCESSO : 37838-16.2008.4.01.34002008.34.00.038382-62008.34.00.038382-6
CLASSE : 7100 – ACAO CIVIL PUBLICA
VARA : 5a VARA FEDERAL
DATA DE AUTUACAO : 03/12/2008
OBJETO DA PETICAO : 1110105 – ACUMULACAO DE CARGOS – REGIME ESTATUTARIO – SERVIDORPUBLICO CIVIL – ADMINISTRATIVO
P.A. 1.16.000.000548/2008-08 – MPF/PR/DF – PAGAR R$ 428.282,82 PELA PERCEPCAO ILICITA DE SIMULACAO DE EXERCICIO DE CARGO PUBLICO NO SENADO FEDERAL POR 7 ANOS, ONDE DEVERIA SER SECRETARIO PARLAMENTAR.
IMPTE : MINISTERIO PUBLICO FEDERAL
IMPDO : BLAIRO BORGES MAGGI
IMPDO : ESPOLIO DE JONAS PINHEIRO DA SILVA
IMPDO : LUIZ ANTONIO PAGOT
 
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