"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 29 de junho de 2012

O "X" DA QUESTÃO E O INFERNO ASTRAL





Os esforços do bilionário Eike Batista para acalmar os nervos dos investidores de suas empresas parece não ter funcionado. A petroleira OGX, maior companhia do empresário, volta a registrar fortes perdas no mercado nesta quinta-feira. O papel tomba 17,28%, cotado a R$ 5,17, a poucos minutos do fechamento.

O valor de mercado das sete companhias X letra com a qual o empresário batiza seus negócios perdem R$ 4,3 bilhões de valor de mercado. Ontem, o tombo foi de R$ 8,47 bilhões, também liderado pela OGX Petróleo, no maior revés de Eike Batista no mercado financeiro.

A perda das ações torna mais distante o sonho do empresário brasileiro, nascido em Governador Valadares, em Minas Gerais, de se tornar o homem mais rico do mundo. Eike, que chegou a ser o 10º homem mais rico pelo ranking da Bloomberg News, lançado em março deste ano, ocupa agora a 21ª posição da lista, com uma fortuna de US$ 21,1 bilhões.

No ranking dos bilionários da Bloomberg, Eike foi ultrapassado por nomes como o sócio da Christian Dior Bernard Arnault (US$ 22,4 bilhões), o especulador George Soros (US$ 21,9 bilhões), a sócia da L'Oreal Liliane Bettencourt (US$ 21,7 bilhões) e o industrial de chocolates Michele Ferrero (US$ 21,3 bilhões).

Ontem, as ações ordinárias (ON, com voto) da OGX Petróleo chegaram a recuar 30%, antes de fechar num tombo de 25,32%, a R$ 6,25. A nova queda das ações contamina outras empresas do grupo nesta quinta-feira, como LLX Logística (-8,07%), CCX Carvão (-6,65%) e MMX Mineração (-10,61%).

O gatilho das perdas foi a redução das estimativas de produção da OGX Petróleo, a maior companhia do empresário, para 5 mil barris de óleo diários em cada um dos dois poços do campo de Tubarão Azul (Waimea), na Bacia de Campos. O número é um terço do originalmente previsto pela companhia, de 15 mil a 20 mil barris por dia. Os investidores manifestaram desapontamento e incertezas sobre o futuro da empresa.

No fim da tarde de ontem, Eike tentou acalmar os investidores durante uma teleconferência. Ele afirmou que o Grupo EBX, sua holding, tem US$ 9 bilhões em caixa e, portanto, capacidade para financiar os empreendimentos de suas controladas. Ele chegou a afirmar a investidores que o risco da OGX quebrar é zero.

O Globo
29 de junho de 2012

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