Redução foi de 12,2% entre 2000 e 2010, enquanto proporção de evangélicos aumentou 44,1%
RIO – A Igreja Católica sofreu a maior queda no percentual de adeptos no Brasil, entre 2000 e 2010. Segundo dados do Censo 2010 divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE, o número de católicos no país caiu 12,2% na última década. No mesmo período, a população evangélica cresceu 44,1%. Esse aumento, porém, é menor do que o detectado entre 1991 e 2000, quando o número de evangélicos aumentou 71,1%.
Os evangélicos, que no recenseamento anterior eram 15,4% dos brasileiros, agora são 22,2% (42,3 milhões). O percentual de católicos caiu de 73,6% (2000) para 64,6% (2010). Mesmo com o aumento da população, a Igreja Católica teve redução inclusive em números absolutos. Em 2000, tinha quase 125 milhões de seguidores. Dez anos depois, apareceu com menos 1,6 milhão de adeptos.
- Ainda assim, dois em cada três brasileiros declararam ser adeptos da religião católica –observa Cláudio Dutra Crespo, da Coordenação de População e Indicadores Sociais do IBGE.
Os dados sobre religião são obtidos por meio de amostragem.
Aumento de 70,2% no percentual de pessoas sem religião desde 1991
Depois de católicos e evangélicos, o maior grupo é dos que se declararam sem religião, que representa 8% da população de 190,7 milhões de brasileiros. Houve um aumento de 8,1% entre os censos de 2000 e 2010. Tendo em vista o recenseamento de 1991, o crescimento deste grupo foi de 70,2%. Entre os sem religião, 615 mil se declararam ateus e mais de 124 mil, agnósticos. Uma curiosidade é que 15,3 mil têm mais de uma religião.
- Geralmente são católicos e espíritas ou católicos e umbandistas – explica Crespo.
A população espírita passou de 1,3% (2000) para 2% (2010).
Os seguidores da umbanda ou do candomblé são 0,3%, o mesmo percentual registrado no levantamento anterior. Segundo o IBGE, 2,7% seguiam outras religiões e 0,1% da população não declarou ou não soube qual era sua religião. Em 2000, estes percentuais eram de 1,8% e 0,2%, respectivamente.
“Os resultados do Censo Demográfico 2010 mostram o crescimento da diversidade dos grupos religiosos no Brasil, revelando uma maior pluralidade nas áreas mais urbanizadas e populosas do país”, concluiu o estudo do IBGE no texto de divulgação dos resultados.
Maior proporção de católicos é de pessoas com mais de 40 anos
Segundos os dados do Censo 2010, a idade mediana dos católicos apostólicos romanos é de 30 anos e dos evangélicos pentecostais – da Assembleia de Deus, Igreja Universal do Reino de Deus, Nova Vida, etc - é de 27 anos. Já a idade média dos evangélicos de missão – luteranos, presbiterianos, metodistas, batistas, etc – é de 29 anos.
Os espíritas são o grupo religioso com idade mediana mais elevada, 37 anos, e os sem religião, a mais baixa, 26 anos. Seguidores da umbanda e do candomblé têm idade mediana de 32 anos.
A proporção de católicos foi maior entre aqueles com mais de 40 anos. A explicação é, segundo o IBGE, que estas gerações se formaram em períodos de maior hegemonia católica. Os evangélicos tiveram suas maiores proporções entre crianças e adolescentes. No caso de menores de 10 anos de idade, era considerada a mesma religião da mãe.
Os dados do IBGE mostram que católicos e aqueles sem religião são os únicos grupos com maiores porcentagens de homens que de mulheres. Entre as pessoas de sexo masculino, 65,5% seguem a doutrina do Vaticano, e 9,7% não seguem nenhuma instituição religiosa. Entre as mulheres, esses percentuais são de 63,8% e 6,4%, respectivamente. Nos demais grupos, as pessoas do sexo feminino formam a maioria dos contingentes declarados.
Espíritas é grupo com indicadores de educação e renda mais elevados
Um cruzamento entre renda e religião permitiu avaliar que 55,8% dos católicos com 10 anos ou mais viviam com até um salário mínimo, embora evangélicos pentecostais (63,7%) e os sem religião (59,2%) sejam maioria nesta faixa. Entre as classes de rendimento acima de cinco salários mínimos, 19,7% se declararam espíritas.
Este grupo religioso possui também a maior proporção de pessoas com nível superior completo (31,5%), além de ter as menores percentagens de indivíduos sem instrução (1,8%) e com Ensino Fundamental incompleto (15%).
Os católicos e os sem religião foram os grupos que tiveram os maiores percentuais de pessoas de 15 anos ou mais de idade não alfabetizadas (10,6% e 9,4%, respectivamente).
“Entre a população católica é proporcionalmente elevada a participação dos idosos, entre os quais a proporção de analfabetos é maior”, explica a publicação do IBGE.
Parda é cor mais presente entre pessoas sem religião
O IBGE também fez um cruzamento entre raça e religião. A maior representatividade de brancos foi verificada entre os espíritas (68,7%). Entre os umbandistas e candomblecistas, os negros somavam 21,1%. É a maior proporção de pessoas desta cor em um grupo religioso.
“Este patamar guarda relações com as origens da introdução desta religião no Brasil. O mesmo ocorre com os evangélicos de missão, que têm em seu conjunto 51,6% de pessoas que se declararam brancas. A origem desta religião, sobretudo do segmento vinculado aos imigrantes europeus, explica em parte essa associação”, diz o texto do IBGE.
Entre as pessoas sem religião, a declaração de cor mais presente foi parda (47,1%), assim como dentre os evangélicos pentecostais (48,9%).
O Globo
Os evangélicos, que no recenseamento anterior eram 15,4% dos brasileiros, agora são 22,2% (42,3 milhões). O percentual de católicos caiu de 73,6% (2000) para 64,6% (2010). Mesmo com o aumento da população, a Igreja Católica teve redução inclusive em números absolutos. Em 2000, tinha quase 125 milhões de seguidores. Dez anos depois, apareceu com menos 1,6 milhão de adeptos.
- Ainda assim, dois em cada três brasileiros declararam ser adeptos da religião católica –observa Cláudio Dutra Crespo, da Coordenação de População e Indicadores Sociais do IBGE.
Os dados sobre religião são obtidos por meio de amostragem.
Aumento de 70,2% no percentual de pessoas sem religião desde 1991
Depois de católicos e evangélicos, o maior grupo é dos que se declararam sem religião, que representa 8% da população de 190,7 milhões de brasileiros. Houve um aumento de 8,1% entre os censos de 2000 e 2010. Tendo em vista o recenseamento de 1991, o crescimento deste grupo foi de 70,2%. Entre os sem religião, 615 mil se declararam ateus e mais de 124 mil, agnósticos. Uma curiosidade é que 15,3 mil têm mais de uma religião.
- Geralmente são católicos e espíritas ou católicos e umbandistas – explica Crespo.
A população espírita passou de 1,3% (2000) para 2% (2010).
Os seguidores da umbanda ou do candomblé são 0,3%, o mesmo percentual registrado no levantamento anterior. Segundo o IBGE, 2,7% seguiam outras religiões e 0,1% da população não declarou ou não soube qual era sua religião. Em 2000, estes percentuais eram de 1,8% e 0,2%, respectivamente.
“Os resultados do Censo Demográfico 2010 mostram o crescimento da diversidade dos grupos religiosos no Brasil, revelando uma maior pluralidade nas áreas mais urbanizadas e populosas do país”, concluiu o estudo do IBGE no texto de divulgação dos resultados.
Maior proporção de católicos é de pessoas com mais de 40 anos
Segundos os dados do Censo 2010, a idade mediana dos católicos apostólicos romanos é de 30 anos e dos evangélicos pentecostais – da Assembleia de Deus, Igreja Universal do Reino de Deus, Nova Vida, etc - é de 27 anos. Já a idade média dos evangélicos de missão – luteranos, presbiterianos, metodistas, batistas, etc – é de 29 anos.
Os espíritas são o grupo religioso com idade mediana mais elevada, 37 anos, e os sem religião, a mais baixa, 26 anos. Seguidores da umbanda e do candomblé têm idade mediana de 32 anos.
A proporção de católicos foi maior entre aqueles com mais de 40 anos. A explicação é, segundo o IBGE, que estas gerações se formaram em períodos de maior hegemonia católica. Os evangélicos tiveram suas maiores proporções entre crianças e adolescentes. No caso de menores de 10 anos de idade, era considerada a mesma religião da mãe.
Os dados do IBGE mostram que católicos e aqueles sem religião são os únicos grupos com maiores porcentagens de homens que de mulheres. Entre as pessoas de sexo masculino, 65,5% seguem a doutrina do Vaticano, e 9,7% não seguem nenhuma instituição religiosa. Entre as mulheres, esses percentuais são de 63,8% e 6,4%, respectivamente. Nos demais grupos, as pessoas do sexo feminino formam a maioria dos contingentes declarados.
Espíritas é grupo com indicadores de educação e renda mais elevados
Um cruzamento entre renda e religião permitiu avaliar que 55,8% dos católicos com 10 anos ou mais viviam com até um salário mínimo, embora evangélicos pentecostais (63,7%) e os sem religião (59,2%) sejam maioria nesta faixa. Entre as classes de rendimento acima de cinco salários mínimos, 19,7% se declararam espíritas.
Este grupo religioso possui também a maior proporção de pessoas com nível superior completo (31,5%), além de ter as menores percentagens de indivíduos sem instrução (1,8%) e com Ensino Fundamental incompleto (15%).
Os católicos e os sem religião foram os grupos que tiveram os maiores percentuais de pessoas de 15 anos ou mais de idade não alfabetizadas (10,6% e 9,4%, respectivamente).
“Entre a população católica é proporcionalmente elevada a participação dos idosos, entre os quais a proporção de analfabetos é maior”, explica a publicação do IBGE.
Parda é cor mais presente entre pessoas sem religião
O IBGE também fez um cruzamento entre raça e religião. A maior representatividade de brancos foi verificada entre os espíritas (68,7%). Entre os umbandistas e candomblecistas, os negros somavam 21,1%. É a maior proporção de pessoas desta cor em um grupo religioso.
“Este patamar guarda relações com as origens da introdução desta religião no Brasil. O mesmo ocorre com os evangélicos de missão, que têm em seu conjunto 51,6% de pessoas que se declararam brancas. A origem desta religião, sobretudo do segmento vinculado aos imigrantes europeus, explica em parte essa associação”, diz o texto do IBGE.
Entre as pessoas sem religião, a declaração de cor mais presente foi parda (47,1%), assim como dentre os evangélicos pentecostais (48,9%).
O Globo
Juliana Castro
Alessandra Duarte
29 de junho de 2012
29 de junho de 2012
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