Em dezembro de 93, o embaixador Jerônimo Moscardo era ministro da Cultura do
governo Itamar Franco, desde setembro, quando substituiu Antônio Houaiss.
Fernando Henrique era ministro da Fazenda desde maio, depois de passar quatro
meses como ministro das relações exteriores.
Numa reunião do ministério, em dezembro de 93, sob a presidência de Itamar, Moscardo discordou de Fernando Henrique sobre uma política do governo para a Amazônia. Moscado disse a um ministro ao seu lado:
- O Fernando está querendo entregar tudo.
Fernando Henrique ouviu, saiu dali e foi direto ao gabinete de Itamar:
- Não posso continuar no governo. O ministro Moscado me criticou na reunião. É ele ou eu. Se ele não for demitido, eu saio.
Era uma chantagem, Itamar tentou argumentar. Sabia que não havia razão nenhuma para demitir o ministro Moscado. Mas Fernando Henrique não cedeu. Estava começando a implantar o plano real, com a criação da URV.
A saída dele do governo, seis meses depois, seria uma crise em tamanho. Itamar preferiu transferir o ministro Moscado para embaixador na Unesco e substituí-lo por Luiz Roberto Nascimento Silva.
No seminário, os padres diziam:
-“O comunismo ateu é intrinsecamente mau”. Fernando Henrique é como o comunismo ateu, é intrinsecamente mau. Exigiu e conseguiu a saída de seu colega de Ministério.
###
PEDREIRA
Em julho de 2002, num domingo, almoçando no Rio na casa Fernando Gasparian, editor de Fernando Henrique (Ed. Paz e Terra), o ex-embaixador do Brasil na Unesco em Paris, jornalista Fernando Pedreira, dos mais antigos amigos de Fernando Henrique, compadre e companheiro de Universidade, disse à mesa:
- O projeto, o sonho do Fernando Henrique era um terceiro mandato. Como não foi possível, ele não vai se meter, não vai brigar nessa eleição aí (Serra contra Lula). Para ele, ganhe quem ganhe é a mesma coisa.
Ele é amigo do Serra, preferia que o Serra ganhasse, mas já está em outra. A partir de janeiro, estará fazendo o que o Clinton está fazendo: palestras e conferências por aí. Já arranjou um agente internacional e vai sair pelo mundo, viajando, falando e faturando.
Na época, escrevi o seguinte:
“Se Serra tem dúvidas dessa conversa, pergunte a José Aparecido, a Gerardo Mello Mourão, a Geraldinho Carneiro e outros que estavam lá”.
29 de junho de 2012
Sebastião Nety
Numa reunião do ministério, em dezembro de 93, sob a presidência de Itamar, Moscardo discordou de Fernando Henrique sobre uma política do governo para a Amazônia. Moscado disse a um ministro ao seu lado:
- O Fernando está querendo entregar tudo.
Fernando Henrique ouviu, saiu dali e foi direto ao gabinete de Itamar:
- Não posso continuar no governo. O ministro Moscado me criticou na reunião. É ele ou eu. Se ele não for demitido, eu saio.
Era uma chantagem, Itamar tentou argumentar. Sabia que não havia razão nenhuma para demitir o ministro Moscado. Mas Fernando Henrique não cedeu. Estava começando a implantar o plano real, com a criação da URV.
A saída dele do governo, seis meses depois, seria uma crise em tamanho. Itamar preferiu transferir o ministro Moscado para embaixador na Unesco e substituí-lo por Luiz Roberto Nascimento Silva.
No seminário, os padres diziam:
-“O comunismo ateu é intrinsecamente mau”. Fernando Henrique é como o comunismo ateu, é intrinsecamente mau. Exigiu e conseguiu a saída de seu colega de Ministério.
###
PEDREIRA
Em julho de 2002, num domingo, almoçando no Rio na casa Fernando Gasparian, editor de Fernando Henrique (Ed. Paz e Terra), o ex-embaixador do Brasil na Unesco em Paris, jornalista Fernando Pedreira, dos mais antigos amigos de Fernando Henrique, compadre e companheiro de Universidade, disse à mesa:
- O projeto, o sonho do Fernando Henrique era um terceiro mandato. Como não foi possível, ele não vai se meter, não vai brigar nessa eleição aí (Serra contra Lula). Para ele, ganhe quem ganhe é a mesma coisa.
Ele é amigo do Serra, preferia que o Serra ganhasse, mas já está em outra. A partir de janeiro, estará fazendo o que o Clinton está fazendo: palestras e conferências por aí. Já arranjou um agente internacional e vai sair pelo mundo, viajando, falando e faturando.
Na época, escrevi o seguinte:
“Se Serra tem dúvidas dessa conversa, pergunte a José Aparecido, a Gerardo Mello Mourão, a Geraldinho Carneiro e outros que estavam lá”.
29 de junho de 2012
Sebastião Nety
Nenhum comentário:
Postar um comentário