"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 26 de junho de 2012

RIO + 20 NAS TONELADAS DE ESGOTOS LANÇADOS AO MAR SEM TRATAMENTO

É muito complicado falar em RIO+20 deixando de abordar um gigantesco crime ecológico e econômico contra o Rio de Janeiro. Estranhamente, nem o governo, nem empresários, nem ONGs, nem mesmo, a grande mídia, ousam tocar nesse assunto, vital para o turismo do Rio de Janeiro e para o Brasil.

Trata-se de um gravíssimo problema contra a indústria do turismo, contra a nossa economia, contra a ecologia carioca decorrente da contaminação de nossas praias por conta de 85% dos esgotos lançados ao mar sem tratamento sanitário. Tamanho descalabro prossegue, impunemente, sob um total silêncio e, em pleno RIO+20.

Por essa inexplicável insanidade econômica, turística e ecológica, todas as praias do Rio de Janeiro estão contaminadas, inviabilizando aquelas águas limpas e cristalinas que faziam a felicidade dos banhistas e dos turistas, outrora existentes nas praias do Leme, Copacabana, Arpoador, Ipanema, Leblon, Barra da Tijuca, e outras mais, perdidas nas memórias de quem as frequentou na década de 50 e início de 60.

Atualmente, somente 15% do esgoto sanitário lançado ao mar pelos emissários submarinos recebem efetivo tratamento. Toneladas por segundo de esgoto sanitário e industrial são impunemente empurrados para o mar, via emissários. Mas ninguém fala nada. Gigantesco absurdo, turístico, econômico, social e ecológico, até agora não percebido por nossos políticos e empresários.
Se fosse aproveitada toda a disposição do Governo na preparação da Copa do Mundo e das Olimpíadas para investir uma parte desses recursos na construção das necessárias instalações de tratamentos de esgoto sanitário e industrial, por certo que estarão prestando um fantástico presente para a cidade do Rio de Janeiro e para o Brasil, atraindo o turismo internacional e nacional, puro ouro para a nossa economia.

A água do mar, uma vez isenta de esgotos, em poucos anos a própria natureza se encarregaria de torná-la limpa e cristalina, fazendo de nossas praias, as mais belas do mundo, de invejáveis abundantes areias finas e brancas, situando-as em imbatíveis condições de atrair milhões de turistas do exterior e de todo o Brasil, o ano inteiro.

Melhor e mais potente atrativo não poderia existir. Seria a plena felicidade de nossos comerciantes, da hotelaria, de nossa indústria turística, com a abertura de milhares de oportunidades para o nosso povo nos bilhões de recursos trazidos por milhares de turistas. Seriam fantásticos recursos para tornar a nossa cidade a mais bela do mundo, acabando com a miséria, com as favelas, com os excluídos, com as sujeiras, com as violências e inseguranças que tanto conhecemos.

Com toda a grana advinda dos turistas de todas as partes do mundo, seria possível em poucos anos resgatar tudo que foi investido na construção e instalação das estações de tratamento de esgotos. É a oportunidade para o embelezamento geral da cidade do Rio de Janeiro, tornando-a de fato, bela e humana, em poucos anos. Passaremos a ter plenas condições de concorrer no bilionário mercado do turismo internacional, obtendo fantásticos recursos para erradicar a miséria e a pobreza, em curto espaço de tempo, bem como as diversas melhorias que o nosso povo merece. O momento é agora.

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