"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 27 de agosto de 2012

CAMPANHA "DEVOLVE, LULA!". APEDEUTA VIROU LADÃO DE ARTE SACRA

 

A Santa Sé já foi comunicada, e os Bispos brasileiros não ligados ao PT, támbém. Católicos resolveram lançar na internet a campanha “Devolve, Lula!”. O movimento de protesto exige que o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva devolva a o crucifixo que ficava pendurado no gabinete presidencial, no Palácio do Planalto, como mostra a fotografia em que aparece o falecido Presidente Itamar Franco.
Na versão oficial e mentirosa do governo, a representação de Jesus Cristo morrendo por nós na cruz foi levada por Lula “porque foi um dos 11 caminhões de presentes que ele ganhou durante seu governo”. Os revoltados católicos derrubam a informação mentirosa com uma pergunta objetiva: “Se o crucifixo era presente recebido por Lula, como o objeto poderia estar presente nesta foto de Itamar tirada no gabinete presidencial há dezoito anos atrás?”. Por isso resolveram lançar esta “campanha de recuperação do patrimônio público nacional”.
 
Mesmo que o crucifixo fosse um presente ganho por Lula (o que não é verdade), a legislação brasileira e de vários outros países civilizados determina que os presentes ganhos pelo Presidente da República, no exercício da função, sejam incorporados ao patrimônio público, por serem considerados propriedade do Estado. Se acampanha virtual obtiver grande repercussão, o caso pode até virar um incidente diplomático entre o Vaticano e o governo brasileiro.
 
Logo no começo da gestão Dilma Rousseff, a Folha de S. Paulo, publicou a informação de que a presidenta, em sua primeira semana de trabalho, tinha mandado retirar o crucifixo da parede de seu gabinete e a bíblia de sua mesa.
 
Helena Chagas, Ministra Chefe da Secretaria de Comunicação Social, através de seu twitter, contradisse a informação divulgada pela Folha.
 
Segundo a jornalista, “a presidenta Dilma não tirou o crucifixo da parede de seu gabinete. A peça é do ex-presidente Lula e foi na mudança. Aliás, o crucifixo, que Lula ganhou de um amigo no início do governo, é de origem portuguesa”.
 
Quem resumiu bem o roubo foi Newton Carlos, na Tribuna da Imprensa:
 
Fato 1 -O crucifixo desapareceu do gabinete presidencial, justamente quando houve a transição de governo e a mudança de Lula.
 
Fato 2 -Os jornalistas que fazem a cobertura do Planalto deram pela falta da peça e no dia 9 de janeiro diversos jornais publicaram que a presidente Dilma havia determinado a retirada da imagem.
 
Fato 3 -No dia seguinte, porém, a Presidência da República informou, oficialmente, que imagem havia sido levada por Lula, porque pertencia a ele, que ganhara a peça de presente, no início do primeiro mandato.
 
Fato 4 -Surgiram então as denúncias de que o crucifixo não pertencia a Lula, com diversas fotos mostrando que a peça já estava no gabinete presidencial antes dele. Numa dessas fotos, que foi encaminhada à Tribuna da Imprensa, o então presidente Itamar Franco aparece sentado numa poltrona vermelha, diante do crucifixo. Em outra foto, quem aparece é Lula (acompanhado de Gilberto Carvalho) junto ao crucifixo e à mesma poltrona vermelha.
 
Estes são os fatos, irrefutáveis.
27 de agosto de 2012

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