Lula: frustrado e abatido |
Esta matéria da Folha de S. Paulo desta terça-feira chega a ser engraçada, não fosse o fato de revelar aquilo que só os idiotas ou oportunistas não entendem.
O PT é um partido totalitário. Tanto é que, como relata esta reportagem, os petistas estão considerando "traidores" os Ministros do STF que votaram pela condenação dos mensaleiros do PT.
De acordo com o programa partidário do PT é o partido que manda em tudo. Pleiteia a hegemonia total e não tolera que juízes julguem de acordo com a lei.
Todavia até o presente momento as instituições democráticas da República ainda continuam respirando e resistem heroicamente ao torniquete aplicado por Lula e seus sequazes.
A prova de que as instituições estão vivas é o fato de Lula estar aborrecido, frustrado e abatido. Mas o julgamento do mensalão ainda está, diria, no meio do caminho.
Espera-se que os senhores ministros julguem de acordo com a lei. Apenas isto.
Ao fazer esta observação já estou admitindo com todas as provas dos fatos políticos que as instituições respiram sim, mas com o PT no poder estão a um passo da UTI.
Nesta quarta-feira tem mais julgamento do mensalão. No final da tarde poderemos fazer uma nova avaliação.
Leiam a reportagem da Folha e tirem as suas próprias conclusões.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou a aliados frustração e abatimentos com o resultado parcial do julgamento do mensalão, principalmente com o voto de Cármen Lúcia, Rosa Weber e Luiz Fux.
Os dois últimos foram os únicos indicados ao Supremo Tribunal Federal pela presidente Dilma Rousseff.
Nos bastidores do partido e em setores do governo havia expectativa de que esses ministros votassem pela absolvição dos petistas, entre eles o ex-presidente da Câmara dos Deputados João Paulo Cunha, que pode ser condenado hoje por dois crimes.
Petistas também avaliavam que os três enfraqueceram a tese de que o mensalão não passou de um esquema de caixa dois eleitoral.
O diagnóstico foi feito após a sessão de anteontem, quando João Paulo Cunha ficou a dois votos apenas da condenação por peculato (desvio de dinheiro por funcionário público) e corrupção passiva.
Além de votarem pela condenação do réu, Cármen Lúcia, Fux e Weber foram fundamentais contra a tese do caixa dois, dizem petistas.
A defesa de vários réus sustenta que o dinheiro que receberam do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza era para gastos de campanha que não foram incluídos na contabilidade oficial. O próprio Lula, à época, corroborou a tese do caixa dois.
Já a acusação feita pelo Ministério Público diz que o dinheiro era para compra de apoio político.
Nos bastidores, integrantes do PT acusavam os magistrados de "traição". Mas tanto Lula quanto os petistas isentam Dilma de responsabilidade pelos votos dados.
Ontem, Lula e ministros do governo Dilma, inclusive Ideli Salvatti (Relações Institucionais), telefonaram a João Paulo para manifestar solidariedade. Foram, segundo apurou a Folha, mais de 200 mensagens de apoio.
Apesar disso, o ex-presidente avisou a interlocutores que atuará para que ele retire sua candidatura à Prefeitura de Osasco caso seja condenado hoje pelo Supremo.
Aos amigos próximos, João Paulo não descarta a alternativa da renúncia. No partido, o temor é que a insistência dele em concorrer ponha em risco o desempenho da sigla.
A depender do resultado, o comando do PT pode ser recrutado, a pedido de Lula, para convencê-lo, sob pena de ser responsabilizado por uma derrota para o PSDB.
João Paulo é acusado de receber R$ 50 mil para beneficiar agências de Valério em contratos com a Câmara dos Deputados quando ocupou a presidência da Casa.
Até agora, seis dos 11 ministros do STF já expuseram seus votos, quatro pela condenação e dois pela absolvição. Ontem, mesmo dizendo-se decepcionado com o curso do julgamento, João Paulo ainda mantinha esperança de obter pelo menos mais dois votos favoráveis.
Isso porque advogados veem possibilidade de pedir novo julgamento caso haja a condenação com pelo menos quatro votos pela absolvição.
"Ele está se sentindo injustiçado", disse o coordenador de comunicação da campanha, Gelso de Lima. Segundo ele, o partido testará em pesquisa o efeito na candidatura de eventual condenação.
"A única coisa que posso garantir é que João Paulo está acompanhando e vai se manifestar após o julgamento", disse o advogado Alberto Toron, com quem o réu se reuniu ontem.
29 de agosto de 2012
in aluzio amorim
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