O julgamemto do mensalão foi retomado no STF pela leitura do voto de Cezar Peluso. O ministro acaba de concluir a parte do seu voto referente a João Paulo Cunha (PT-SP). Condenou-o pela prática de dois crimes: corrupção passiva e peculato. Absolveu-o noutras duas imputações: lavagem de dinheiro e um segundo peculato.
Com o voto de Peluso, o placar parcial contra João Paulo passou a ser de 5 a 2. Falta um voto para que se atinja a maioria pró-condenação em pelo menos dois delitos: corrupção passiva e peculato.
Depois de Peluso, votarão Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e Ayres Britto. A condenação é praticamente certa. Falta saber em quantos crimes João Paulo será enquadrado.
Como que farejando o cheiro de queimado, o deputado já admite, em privado, a hipótese de renunciar à condição de candidato do PT a prefeito de Osasco.
A exemplo dos outros ministros que votaram antes dele, Peluso condenou também o ex-diretor petista do Banco do Brasil Henrique Pizzolato (corrupção passiva e peculato), além de Marcos Valério e seus ex-sócios Cristiano Paz e Ramon Hollerback (corrupção ativa e peculato).
Esse foi o último voto de Peluso no Supremo. Ele completa 70 anos na segunda (3) e terá de aposentar-se. Como não estará no tribunal ao final do julgamento, o ministro viu-se compelido a calcular as penas dos réus que condenou.
Peluso fixou a pena de João Paulo em seis anos de cadeia, mais multa. O regime é o semi-aberto. Significa dizer que, prevalecendo a opinião do ministro, o deputado teria de dormir no presídio, podendo passar o dia fora do xilindró.
Os outros réus receberam penas mais salgadas. A começar pelo tipo de regime: fechado.
Noves fora as multas, o tamanho da cana de cada um ficou assim: Valério (16 anos de prisão), Cristiano e Ramon (10 anos) e Pizzolato (oito anos). Proferido o voto de Peluzo, a sessão foi suspensa para que o ministro recebesse os cumprimentos de despedida dos colegas e dos advogados presentes.
29 de agosto de 2012
in josias de souza
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