Caso se confirme, a condenação do deputado João Paulo Cunha será emblemática: abrirá a possibilidade de punição para outros réus da cúpula do PT, como José Genoíno, Delúbio Soares e José Dirceu. As previsões tem variado bastante.
Segunda-feira, antes de conhecidos os votos dos ministros Luís Fux, Carmem Lúcia e Rosa Weber, imaginava-se que Henrique Pizzolato havia sido escolhido como boi-de-piranha, ou seja, punição para ele significaria absolvição para os outros companheiros.
Mudou a leitura quando três ministros indicados pelo Lula e por Dilma demonstraram independência diante do interesse de seus padrinhos.
A partir da tarde tremeram os alicerces do PT, ainda que Dias Toffoli tenha correspondido à expectativa do partido, absolvendo João Paulo Cunha, como Ricardo Lewandowski havia feito.
Hoje votarão os ministros Cezar Peluso, Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e Ayres Britto. Apesar de arriscada e perigosa qualquer especulação, admite-se que possam, em maioria, também condenar o ex-presidente da Câmara.
Nesse caso, estaria desfeito o círculo de giz onde imaginava abrigar-se a antiga direção petista, já fulminada pelo relator Joaquim Barbosa. Mesmo assim, recomenda a cautela que se aguarde a manifestação dos mais experientes integrantes da corte suprema.
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EFEITOS ELEITORAIS?
Indagação que circula em meio às campanhas para prefeito e vereador: uma condenação quase ampla, geral e irrestrita de antigos comandantes do PT influirá no resultado das urnas de outubro?
Teoricamente é possível, mas na prática, nem tanto. Porque o partido focaliza especialmente as prefeituras de São Paulo, Belo Horizonte, Recife e Fortaleza, onde seus candidatos teriam chance, apesar de pesquisas por enquanto adversas, exceção da capital pernambucana. No caso de derrota dos demais, teria sido por conta do mensalão? Ou pela falta de votos, mesmo?
Estivéssemos às vésperas das eleições nacionais, o quadro seria diferente, em especial porque as oposições bateriam firme nas ligações entre o PT e o escândalo da compra de votos. Até agora, pelo menos, nenhum candidato a prefeito de capital que pertença ao PSDB, DEM e PPS lembrou-se de citar o julgamento do mensalão em suas intervenções no horário de propaganda eleitoral obrigatória.
Pode ser que ainda venham a fazê-lo, dependendo do veredicto do Supremo Tribunal Federal, mas fica claro serem as eleições municipais conduzidas por fatores muito mais paroquiais.
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VATICÍNIO EM ABERTO
Previu o advogado e ex-ministro da Justiça, Márcio Thomas Bastos, que o julgamento do mensalão não chegará até o Natal, mas quase. É possível, ainda que o ministro Ayres Britto desenvolva todos os esforços pela rapidez nos trabalhos. O problema para o atual presidente do Supremo é que em novembro ele será atingido pela aposentadoria, e se tiver de retirar-se antes da sentença final dada aos réus, a corte suprema será presidida pelo relator Joaquim Barbosa. A aplicação de pena de cadeia para alguns réus poderia vir de acordo com sua atuação no processo, mas seria constrangedora.
Segunda-feira, antes de conhecidos os votos dos ministros Luís Fux, Carmem Lúcia e Rosa Weber, imaginava-se que Henrique Pizzolato havia sido escolhido como boi-de-piranha, ou seja, punição para ele significaria absolvição para os outros companheiros.
Mudou a leitura quando três ministros indicados pelo Lula e por Dilma demonstraram independência diante do interesse de seus padrinhos.
A partir da tarde tremeram os alicerces do PT, ainda que Dias Toffoli tenha correspondido à expectativa do partido, absolvendo João Paulo Cunha, como Ricardo Lewandowski havia feito.
Hoje votarão os ministros Cezar Peluso, Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e Ayres Britto. Apesar de arriscada e perigosa qualquer especulação, admite-se que possam, em maioria, também condenar o ex-presidente da Câmara.
Nesse caso, estaria desfeito o círculo de giz onde imaginava abrigar-se a antiga direção petista, já fulminada pelo relator Joaquim Barbosa. Mesmo assim, recomenda a cautela que se aguarde a manifestação dos mais experientes integrantes da corte suprema.
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EFEITOS ELEITORAIS?
Indagação que circula em meio às campanhas para prefeito e vereador: uma condenação quase ampla, geral e irrestrita de antigos comandantes do PT influirá no resultado das urnas de outubro?
Teoricamente é possível, mas na prática, nem tanto. Porque o partido focaliza especialmente as prefeituras de São Paulo, Belo Horizonte, Recife e Fortaleza, onde seus candidatos teriam chance, apesar de pesquisas por enquanto adversas, exceção da capital pernambucana. No caso de derrota dos demais, teria sido por conta do mensalão? Ou pela falta de votos, mesmo?
Estivéssemos às vésperas das eleições nacionais, o quadro seria diferente, em especial porque as oposições bateriam firme nas ligações entre o PT e o escândalo da compra de votos. Até agora, pelo menos, nenhum candidato a prefeito de capital que pertença ao PSDB, DEM e PPS lembrou-se de citar o julgamento do mensalão em suas intervenções no horário de propaganda eleitoral obrigatória.
Pode ser que ainda venham a fazê-lo, dependendo do veredicto do Supremo Tribunal Federal, mas fica claro serem as eleições municipais conduzidas por fatores muito mais paroquiais.
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VATICÍNIO EM ABERTO
Previu o advogado e ex-ministro da Justiça, Márcio Thomas Bastos, que o julgamento do mensalão não chegará até o Natal, mas quase. É possível, ainda que o ministro Ayres Britto desenvolva todos os esforços pela rapidez nos trabalhos. O problema para o atual presidente do Supremo é que em novembro ele será atingido pela aposentadoria, e se tiver de retirar-se antes da sentença final dada aos réus, a corte suprema será presidida pelo relator Joaquim Barbosa. A aplicação de pena de cadeia para alguns réus poderia vir de acordo com sua atuação no processo, mas seria constrangedora.
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