Sou o mais velho dos fundadores do Partido Democrático Trabalhista, PDT, do
Maranhão e do Brasil, Portanto, venho de longe. Ao lado de Neiva, estive na
Greve de 51, fiz jornalismo no Jornal do Povo, participei das Oposições
Coligadas.
Consumado o Golpe Militar de 64, vi Neiva, Brizola e tantos líderes trabalhistas serem obrigados ao exílio. Fui um dos que por aqui fiquei, resistindo ao arbítrio. Vi a ascensão do sarneysismo já em conluio íntimo com os coronéis e generais do novo regime.
Católico que sou, abriguei-me ainda mais nos movimentos libertários da Igreja. Fui da Comissão Justiça e Paz, assim como compus o Comitê da Anistia. Vi o jovem médico Jackson Lago emergir para o serviço público qualificado e humanitário, na Faculdade de Medicina, no Hospital Geral, no Sanatório Getúlio Vargas, no Hospital Presidente Dutra, na Secretaria Municipal de Saúde de São Luís, na Campanha Popular de Educação para a Saúde.
Parece até que estava escrito nas estrelas que nos encontraríamos na redemocratização do País, na conquista da anistia e na reformulação do novo quadro partidário. E foi o que aconteceu. Com Jackson Lago e tantos outros companheiros e companheiras, fundamos o PDT. Fui escolhido, em assembléia do Partido, por unanimidade, candidato a Governador em 1982.
Vivi de perto a escalada democrática e patriótica de Jackson. Jackson candidato a Prefeito de São Luís em 1985. Jackson secretário estadual de saúde em 87 no Governo Cafeteira. Jackson prefeito eleito de São Luís em 88, 96 e 2000. Como jornalista, advogado e militante, assisti a escalada da Frente de Libertação e a eleição histórica de Jackson Governador do Maranhão em 2006.
Forças escancaradamente conservadoras e aliadas ao rolo compressor das novas forças falsamente progressistas impediram Jackson Lago de governar e realizar o seu trabalho. Assim como aconteceu a Getúlio Vargas e João Goulart no plano nacional, assaltaram o poder no Maranhão, derrubaram Jackson do governo e contribuíram decisivamente, disso não tenho dúvidas, para sua morte prematura.
Por tudo isso, é duro, é triste, é quase insuportável ver a crise artificial, mas profundamente antidemocrática e autoritária, que agora se abate sobre o PDT. Dr. Igor Lago, um jovem médico preparado e talentoso como o pai e dra. Clay Lago, esposa e fiel companheira de Jackson, também médica competente, vetados pela Direção Nacional para dirigir e soerguer, mesmo que provisoriamente, o PDT no Maranhão. Oferecemos um tertius, um terceiro nome, um fundador.
Nada. Oferecemos o nome do Ministro Vidigal. Nada. Exortamos a Direção Nacional a vir a ter conosco no Maranhão. Nada.
A resposta foi a intervenção, a nomeação de uma Comissão Estadual Provisória indesejada e longe, muito longe do consenso, entregando os postos executivos a filiados de um mesmo grupo interno, deixando em plano secundário importantes quadros partidários.
Soube que o jovem médico Igor Lago já determinou a exclusão do seu some do rol da lista da Comissão Provisória Estadual autoritariamente forjada, tentando parecer democrática.
Do alto dos meus 86 anos de lutas e batalhas e de toda uma vida engajada na boa causa da justiça, da liberdade e da democracia, apoio a decisão de Igor Lago de não pertencer a Comissão Provisória Estadual. Seria dar legitimidade a uma fraude grosseira e brutal, que nada tem a ver com Jackson, Neiva e Brizola.
Da mesma forma, e autorizado pela unanimidade dos fundadores e por dezenas de militantes e lideranças políticas, exorto todos os companheiros e companheiras que assim pensam a determinar a exclusão de seus nomes da Comissão Provisória Estadual. É a forma decente de não coonestar. É a forma tranqüila de não aceitar. É o jeito lógico de desnudar esse que é um dos maiores absurdos que já presenciei em toda minha vida.
29 de agosto de 2012
Reginaldo Telles
http://blog.jornalpequeno.com.br/manoelsantos/2012/02/26/exortacao-trabalhista/
Consumado o Golpe Militar de 64, vi Neiva, Brizola e tantos líderes trabalhistas serem obrigados ao exílio. Fui um dos que por aqui fiquei, resistindo ao arbítrio. Vi a ascensão do sarneysismo já em conluio íntimo com os coronéis e generais do novo regime.
Católico que sou, abriguei-me ainda mais nos movimentos libertários da Igreja. Fui da Comissão Justiça e Paz, assim como compus o Comitê da Anistia. Vi o jovem médico Jackson Lago emergir para o serviço público qualificado e humanitário, na Faculdade de Medicina, no Hospital Geral, no Sanatório Getúlio Vargas, no Hospital Presidente Dutra, na Secretaria Municipal de Saúde de São Luís, na Campanha Popular de Educação para a Saúde.
Parece até que estava escrito nas estrelas que nos encontraríamos na redemocratização do País, na conquista da anistia e na reformulação do novo quadro partidário. E foi o que aconteceu. Com Jackson Lago e tantos outros companheiros e companheiras, fundamos o PDT. Fui escolhido, em assembléia do Partido, por unanimidade, candidato a Governador em 1982.
Vivi de perto a escalada democrática e patriótica de Jackson. Jackson candidato a Prefeito de São Luís em 1985. Jackson secretário estadual de saúde em 87 no Governo Cafeteira. Jackson prefeito eleito de São Luís em 88, 96 e 2000. Como jornalista, advogado e militante, assisti a escalada da Frente de Libertação e a eleição histórica de Jackson Governador do Maranhão em 2006.
Forças escancaradamente conservadoras e aliadas ao rolo compressor das novas forças falsamente progressistas impediram Jackson Lago de governar e realizar o seu trabalho. Assim como aconteceu a Getúlio Vargas e João Goulart no plano nacional, assaltaram o poder no Maranhão, derrubaram Jackson do governo e contribuíram decisivamente, disso não tenho dúvidas, para sua morte prematura.
Por tudo isso, é duro, é triste, é quase insuportável ver a crise artificial, mas profundamente antidemocrática e autoritária, que agora se abate sobre o PDT. Dr. Igor Lago, um jovem médico preparado e talentoso como o pai e dra. Clay Lago, esposa e fiel companheira de Jackson, também médica competente, vetados pela Direção Nacional para dirigir e soerguer, mesmo que provisoriamente, o PDT no Maranhão. Oferecemos um tertius, um terceiro nome, um fundador.
Nada. Oferecemos o nome do Ministro Vidigal. Nada. Exortamos a Direção Nacional a vir a ter conosco no Maranhão. Nada.
A resposta foi a intervenção, a nomeação de uma Comissão Estadual Provisória indesejada e longe, muito longe do consenso, entregando os postos executivos a filiados de um mesmo grupo interno, deixando em plano secundário importantes quadros partidários.
Soube que o jovem médico Igor Lago já determinou a exclusão do seu some do rol da lista da Comissão Provisória Estadual autoritariamente forjada, tentando parecer democrática.
Do alto dos meus 86 anos de lutas e batalhas e de toda uma vida engajada na boa causa da justiça, da liberdade e da democracia, apoio a decisão de Igor Lago de não pertencer a Comissão Provisória Estadual. Seria dar legitimidade a uma fraude grosseira e brutal, que nada tem a ver com Jackson, Neiva e Brizola.
Da mesma forma, e autorizado pela unanimidade dos fundadores e por dezenas de militantes e lideranças políticas, exorto todos os companheiros e companheiras que assim pensam a determinar a exclusão de seus nomes da Comissão Provisória Estadual. É a forma decente de não coonestar. É a forma tranqüila de não aceitar. É o jeito lógico de desnudar esse que é um dos maiores absurdos que já presenciei em toda minha vida.
29 de agosto de 2012
Reginaldo Telles
http://blog.jornalpequeno.com.br/manoelsantos/2012/02/26/exortacao-trabalhista/
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