Depois de nove anos rejeitando o que qualquer observador arguto já sabia desde mil novecentos e Margaret Thatcher a presidente petista de plantão “descobriu” que os quadros de sua base de apoio não têm competência sequer para administrar uma carrocinha de cachorro quente.
Portanto hoje anuncia a mais abrangente privatização já pretendida desde que o Brasil é país. Algo comparável ao que ocorreu na Coréia do Sul ao longo dos anos 60 e 70, com os resultados que bem conhecemos.
Contudo ocorre ao mesmo tempo que assistimos as conseqüências do desmanche do ensino universitário no país, em que o corpo docente das universidades há uma década não consegue atrair os melhores egressos de seus cursos técnico-científicos em que os quadros técnicos de nível médio disponíveis estão no seu nível mais baixo desde que foram criados os SENAI no país e em que o sistema de quotas esta alocando vagas a pessoas que deverão ser exigidas acima de seu preparo, pois seu acesso às vagas nas melhores escolas não lhes exigirá o estudo concentrado ao longo dos últimos anos do ensino médio para poderem enfrentar os exames vestibulares, o que essencialmente os preparava para enfrentar o curso em si.
Simplesmente não há gente para suprir um “choque do futuro”. Tanto a China como a Coréia do Sul enviaram dezenas de milhares de pessoas, já preparadas em termos de conhecimentos básicos, ao exterior para suprir seus programas de expansão industrial.
Eram pessoas que poderiam aproveitar os ensinamentos recebidos. E os cursos para os quais foram enviados tinham algo a ver com a revolução industrial que estavam a implantar.
No Brasil muitos dos cursos, fracos ou não, implantados nessa década, contemplam o direito e as humanidades em geral. Cursos de baixa exigência em termos de equipamento e instalações. Servem para se trombetear um maior acesso à educação superior sem qualificar a utilidade dos egressos desses cursos para o país. Quantos técnicos em turismo podemos aproveitar? Serão melhores do que as pessoas que aprenderam seu negócio trabalhando como guias de turismo, emitindo passagens ou trabalhando na recepção de hotéis?
O que adianta milhares de bacharéis em direito que não possuem conhecimentos para passar no exame da OAB? Ou então bacharéis que passam no exame, mas ao examinarmos contratos redigidos por eles descobrimos erros crassos de português e uma linguagem pouco clara em termos de surtir os efeitos desejados? A presença no Supremo de Toffoli, um reprovado duas vezes em exames para juiz é uma mensagem clara a todos. Foi declarado como sendo de “notório saber” e não tolera que digam o contrário, mas a verdade salta aos olhos. Não passa de um fiel quadro do partido. E ainda por cima em termos dos juristas realmente qualificados não tem sequer a maturidade de quem tenha passado anos trabalhando seja como advogado ou magistrado. Não existiria nenhum jurista de notório saber disponível?
É este o complemento das medidas a serem anunciadas hoje (quarta-feira dia 15 de agosto de 2012) pela presidente Dilma. Complemento que não veremos ser executado tão cedo. Os últimos dez anos geraram uma hierarquia burocrática nomeada, ou seja, não admitida por concurso, caríssima dedicada a manter a estrutura que surgiu, com salários incríveis distribuídos como benesses de um senhor feudal aos seus mestres-de-armas e arqueiros em números que se elevam às centenas de milhares, sustentadas por nós, os servos deste feudo que contribuímos um a cada dois dias de serviço nas terras do Barão Governo.
Sim, se der certo vai ser maravilhoso de ver. Mas neste momento só posso prever o que Roberto Campos disse usando outras palavras. Um funcionário público burocrata no lugar certo pode frear qualquer programa a despeito de qualquer lei que o autorize.
17 de agosto de 2012
Ralph J. Hofmann
Portanto hoje anuncia a mais abrangente privatização já pretendida desde que o Brasil é país. Algo comparável ao que ocorreu na Coréia do Sul ao longo dos anos 60 e 70, com os resultados que bem conhecemos.
Contudo ocorre ao mesmo tempo que assistimos as conseqüências do desmanche do ensino universitário no país, em que o corpo docente das universidades há uma década não consegue atrair os melhores egressos de seus cursos técnico-científicos em que os quadros técnicos de nível médio disponíveis estão no seu nível mais baixo desde que foram criados os SENAI no país e em que o sistema de quotas esta alocando vagas a pessoas que deverão ser exigidas acima de seu preparo, pois seu acesso às vagas nas melhores escolas não lhes exigirá o estudo concentrado ao longo dos últimos anos do ensino médio para poderem enfrentar os exames vestibulares, o que essencialmente os preparava para enfrentar o curso em si.
Simplesmente não há gente para suprir um “choque do futuro”. Tanto a China como a Coréia do Sul enviaram dezenas de milhares de pessoas, já preparadas em termos de conhecimentos básicos, ao exterior para suprir seus programas de expansão industrial.
No Brasil muitos dos cursos, fracos ou não, implantados nessa década, contemplam o direito e as humanidades em geral. Cursos de baixa exigência em termos de equipamento e instalações. Servem para se trombetear um maior acesso à educação superior sem qualificar a utilidade dos egressos desses cursos para o país. Quantos técnicos em turismo podemos aproveitar? Serão melhores do que as pessoas que aprenderam seu negócio trabalhando como guias de turismo, emitindo passagens ou trabalhando na recepção de hotéis?
O que adianta milhares de bacharéis em direito que não possuem conhecimentos para passar no exame da OAB? Ou então bacharéis que passam no exame, mas ao examinarmos contratos redigidos por eles descobrimos erros crassos de português e uma linguagem pouco clara em termos de surtir os efeitos desejados? A presença no Supremo de Toffoli, um reprovado duas vezes em exames para juiz é uma mensagem clara a todos. Foi declarado como sendo de “notório saber” e não tolera que digam o contrário, mas a verdade salta aos olhos. Não passa de um fiel quadro do partido. E ainda por cima em termos dos juristas realmente qualificados não tem sequer a maturidade de quem tenha passado anos trabalhando seja como advogado ou magistrado. Não existiria nenhum jurista de notório saber disponível?
É este o complemento das medidas a serem anunciadas hoje (quarta-feira dia 15 de agosto de 2012) pela presidente Dilma. Complemento que não veremos ser executado tão cedo. Os últimos dez anos geraram uma hierarquia burocrática nomeada, ou seja, não admitida por concurso, caríssima dedicada a manter a estrutura que surgiu, com salários incríveis distribuídos como benesses de um senhor feudal aos seus mestres-de-armas e arqueiros em números que se elevam às centenas de milhares, sustentadas por nós, os servos deste feudo que contribuímos um a cada dois dias de serviço nas terras do Barão Governo.
Sim, se der certo vai ser maravilhoso de ver. Mas neste momento só posso prever o que Roberto Campos disse usando outras palavras. Um funcionário público burocrata no lugar certo pode frear qualquer programa a despeito de qualquer lei que o autorize.
17 de agosto de 2012
Ralph J. Hofmann
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