O trecho acima é extraído do filme argentino “Nove Rainhas”, de 2001, que já virou um clássico no que diz respeito ao mundo dos picaretas locais, e retrata a Buenos Aires cheia de trambiques que em geral continua a mesma.
Um dos principais destinos de turistas brasileiros, Buenos Aires, ainda que mais segura que muitas das grandes capitais brasileiras, pode causar muitos dissabores aos desatentos.
O problema aqui, pelo menos no diz respeito ao turismo, é a abundancia de pequenos golpes que, normalmente, não envolvem armas nem agressões físicas.
Entre os crimes mais comuns está a troca de notas verdadeiras por falsas. O problema ficou tão grave que impulsionou o consulado brasileiro a alertar turistas no ano passado, enquanto o governo local faz vista grossa para não admitir que perdeu totalmente o controle.
Em 2010, até velhinhos chegaram a denunciar o pagamento da aposentadoria com notas de dinheiro falsas retiradas dos bancos.
O truque é velho e simples: o turista paga com uma nota de cem pesos, o garçom ou taxista aceita a nota, trocando, a pretexto de que não possui troco, por outra falsa.
Segundo a Defensoria do Turista, são pelo menos 500 queixas formais por dia. A Associação Argentina de Direito Turístico (ADETUR) informa que, só no ano passado, os crimes contra viajantes cresceram cerca de 50%. Nos pontos turísticos, a malandragem rola solta.
Em Palermo, um bairro de classe media da capital, e no centro, proliferam os motochorros, ladrões de moto que são capazes de puxar uma bolsa e desaparecer com ela em questão de segundos.
Como são os golpes e trambiques ao redor do mundo é o tema da nova série “Scam City” (A capital do delito), da National Geographic. Um dos primeiros capítulos contempla nada menos do que Buenos Aires.
Nele, o aventureiro e apresentador Conor Woodman (foto abaixo) mostra em detalhes os truques e armadilhas mais comuns que podem acometer um turista em visita à capital.
O programa vai ao ar no Brasil nesta segunda-feira (dia 29) às 14h20, segundo a grade de programação do canal. Vale a pena conferir e se precaver para que a visita a Buenos Aires não se transforme em um tango. Malandro é malandro e mané é mané, muchachos.
27 de outubro de 2012
Gabriela G. Antunes é jornalista e nômade. Cresceu no Brasil, mas morou nos Estados Unidos e Espanha, antes de se apaixonar por Buenos Aires. Na cidade, trabalhou no jornal Buenos Aires Herald, mantém o blog Conexão Buenos Aires e não consegue imaginar seu ultimo dia na capital argentina.
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