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Para a Comissão da Falsidade, a Igreja Católica deveria assistir a sua própria corrupção pela teologia revolucionária da “Libertação”. O grupo excomungaria, inclusive, o próprio Papa João Paulo II, que lutou contra o comunismo.
A Comissão da Verdade anunciou que um grupo de trabalho se dedicará à confecção de um relatório sobre a atuação das igrejas – católicas e protestantes – “no apoio ao golpe e na repressão e também no da redemocratização” [1]. Em outras palavras, ao seu conjunto de falsificações, a Comissão pretende acrescentar a sua própria hagiografia: santificar os padres e pastores “progressistas”, colocando-os no altar da adoração, e consagrar a teologia comunista da “Libertação”.
Esta hagiografia, no entanto, está fundada no ocultamento e na inversão. Ela omite o projeto revolucionário que pretendia implantar um regime comunista de tipo cubano-soviético-chinês no Brasil; e, automaticamente, denuncia como “golpistas” os religiosos – inclusive os leigos – que se opuseram a ele.
Além disso, a proposta da Comissão da Verdade, no caso específico da Igreja Católica, é uma condenação. Uma sentença que retroage ao passado, quando ela se colocou contra o assalto comunista; e funciona como uma advertência, para constrangê-la a não criticar os revolucionários, que hoje estão no poder e gerenciam o grupo encarregado de falsificar a História. Isto porque a Igreja preserva a oposição ao comunismo, como esclareceu o Santo Ofício em um documento de 1949, ainda vigente:
1. É permitido aderir ao partido comunista ou favorecê-lo de alguma maneira?
Resposta. Não. O comunismo é de fato materialista e anticristão; embora declarem às vezes em palavras que não atacam a religião, os comunistas demonstram de fato, quer pela doutrina, quer pelas ações, que são hostis a Deus, à verdadeira religião e à Igreja de Cristo.
[...]
4. Fiéis cristãos que professam a doutrina materialista e anticristã do comunismo, e sobretudo os que as defendem e propagam, incorrem pelo próprio fato, como apóstatas da fé católica, na excomunhão reservada de modo especial à Sé Apostólica?
Resposta. Sim. [2].
Nestes termos, a proposta do grupo de Maria Rita Kehl é também uma censura da própria fé católica.
Para a Comissão da Verdade – quer dizer, da Mentira – os fiéis deveriam assistir passivamente a tomada do país pelos comunistas, patrocinados por regimes nos quais os católicos tinham duas opções, renunciar a fé ou ser fuzilado: eles optaram por morrer gritando “Viva Cristo Rey!”.
A “Marcha da Família com Deus pela Liberdade” teria sido um ato criminoso - e um escândalo obsceno quando no Rio de Janeiro ela reuniu um milhão de pessoas para reconhecer a intervenção militar contra o comunismo.
Para a Comissão da Falsidade, a Igreja Católica deveria assistir a sua própria corrupção pela teologia revolucionária da “Libertação”. O grupo excomungaria, inclusive, o próprio Papa João Paulo II, que lutou contra o comunismo e se esforçou para combater os teólogos revolucionários. Os católicos não poderiam assistir à repreensão pública que o Papa fez a Ernesto Cardenal, o padre da libertação nicaraguense, que fantasiado de Che Guevarana se engrandecia apenas com um fuzil na mão:
Enfim, se a inversão é um traço fundamental do culto macabro – algo que o Rev. Richard Wurmbrand, flagelado no cárcere comunista, identificou no Marxismo –, é ela que molha a pena da hagiografia pretendida pela Comissão da Mentira.
Referências:
[1]. CNV, 08 de Novembro de 2012 [http://www.cnv.gov.br/noticias/08-11-2012-2013-comissao-nacional-da-verdade-define-prioridades-do-grupo-de-trabalho-que-investigara-o-papel-das-igrejas-na-ditadura/].
[2]. Cf. BRAGA, Bruno. "Um alerta aos católicos" [http://dershatten.blogspot.com.br/2012/05/um-alerta-aos-catolicos.html].
11 de novembro de 2012
Bruno Braga edita o blog Der Shatten.
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