Sem trocadilho, SFF (redução usada em correspondências em Portugal, Se Faz Favor!). Fui contra essa putaria governamental petralha desde o início. Como testemunha, invoco a figura mais importante do judiciário brasileiro, na pessoa de seu insigne presidente, o sr. Doutor Joaquim Barbosa, que não precisou de nenhuma cota para atingir o status que detém hoje.
Como sempre, os petralhas não enxergam além do nariz. Pegam um problema, criam uma pretensa solução, e não investigam se vão acontecer problemas mais para a frente. E eles começam a aparecer. Alexandre de Oliveira, 41 anos, tem duas filhas: Drielly, de 17, e Isabele, de 10.
Tiveram que tirar a filha da rede pública, quando ela tinha 6 anos, porque teve de ir buscá-la num dia de chuva, e ela estava em cima da mesa da professora, pois a escola estava inundada.
O casal resolveu se sacrificar para dar condições melhores para as filhas estudarem e garantirem uma vaga numa universidade pública. Para pagar o colégio particular e e o curso de inglês das duas filhas, ele trabalha 15 horas por dia, há mais de 10 anos. Alexandre tem dores crônicas nas pernas e está acima do peso.
A casa é alugada e não há momentos de lazer. Com a lei das cotas sociais de agosto de 1012, os alunos da rede pública tem agora mais chances de conseguir uma vaga nas universidades públicas federais.
O outro critério é a prioridade aos alunos negros egressos da escola pública. Drielly está fora, porque é branca e de escola particular.
As cotas criam um problema insolúvel para milhares de famílias que se empenharam em pagar um colégio particular, com mensalidades que caibam nos orçamentos domésticos. É o caso de Alexandre. Sua filha vai disputar as vagas restantes com estudantes que freqüentaram os melhores colégios.
Resultado: Drielly está fora. Vai ter que estudar em uma faculdade particular de nível médio e ainda ter de arranjar um emprego para ajudar a pagar a mensalidade. A diretora do curso de pedagogia da Unicamp diz: “Criar um sistema que ajude pessoas menos favorecidas a estudar é uma coisa boa.
Mas cotas talvez não sejam a melhor saída, porque enquanto beneficiam uma parcela da população, também prejudicam outro”. Outros especialistas defendem que não se pode deixar de lado pessoas humildes que se esforçaram para dar uma educação básica melhor aos filhos.
A melhor saída seria ampliar o número de bolsas em boas faculdades particulares. É o caso de Lenaldo dos Santos Filho, mecânico. Ele e a mulher balconista, negros, trabalham até 12 horas por dia, nem finalizaram a casa onde moram, apenas para aumentar as chances da única filha.
Com as cotas, as chances diminuíram, porque mesmo podendo concorrer nas cotas de negros, ela ficará excluída do benefício das cotas sociais, por ter estudado em escola particular. Com isso, concorre a menos vagas que estudantes negros de escola pública.
Repito o que disse antes. É o Estado na contra-mão da História, criando Discriminação Racial Oficializada. Que país este…
25 de fevereiro de 2013
Magu
(1) Foto: Joaquim Barbosa, torna-se um exemplo às pessoas de bem.
(2) Fonte: revista Época.
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