Essa dúvida filosófica projeta-se na realidade. Por haver levado o Lula e depois Dilma à vitória nas urnas, deve o PT imaginar-se dono do poder, cabendo-lhe ocupar os espaços que desejar no arcabouço do Estado? Afinal, ultrapassando os limites do partido, a eleição dos dois últimos presidentes exprimiu uma vontade majoritária nacional. Transcendeu do petismo.
Apesar disso, entre os companheiros, prevalece a concepção de que são proprietários absolutos do governo. Contrariam a evidência de que o descobridor da penicilina, se tivesse guardado para ele o maravilhoso avanço médico-científico, teria sido responsável pela morte de centenas de milhões de indivíduos.
A conquista do palácio do Planalto pelos companheiros não lhes dá o monopólio do controle da nação. Haveria que dividir com ela os bônus e os ônus de sua ascensão. Infelizmente, não é o que acontece.
O PT reivindica o monopólio do poder e o utiliza desde a eleição do Lula, com o óbvio consentimento dele. Só que outra parece a concepção de Dilma. Pelo menos, ela tenta livrar-se da crosta com que imaginaram cobri-la, acima e além de suas obrigações. Sustenta a evidência de ser presidente de todos os brasileiros, não apenas dos filiados ao partido vitorioso.
Caso o PT não se livre desse falso dogma, correrá o risco de perder as eleições de 2014, com Dilma ou com Lula.
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DECISÕES CRUCIAIS
No que depender do presidente Joaquim Barbosa, o plenário do Supremo Tribunal Federal decidirá a partir de hoje três questões cruciais: os mensaleiros que são deputados, condenados a pena de prisão, perderam seus mandatos?
Os réus sentenciados deverão ser logo presos ou precisarão aguardar que o processo transite em julgado?
Caberá ao ministro-relator fixar os locais das prisões ou essa decisão ficará por conta dos juízes das Varas de Execução Penal, nos estados?
O procurador-geral da República sustenta que os mandatos estão extintos, que os condenados devem ser presos imediatamente e que Joaquim Barbosa deve determinar em que penitenciárias cumprirão suas penas.
Pode não ser essa a decisão da maioria dos ministros da mais alta corte nacional de Justiça.
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A QUEM PERTENCIAM OS 25 MILHÕES DE EUROS?
Uma pergunta circula nos corredores do Congresso com incômoda frequência: a quem pertenciam os 25 milhões de euros em espécie, fechados na maleta levada em mãos por Rosemary Noronha quando desembarcou do Aerolula, na cidade do Porto?
Está tudo registrado na aduana da segunda maior cidade portuguesa, ainda que regalias diplomáticas tivessem garantido à portadora não abrir a maleta, mas simplesmente declarar seu conteúdo.
Parece impossível supor tratar-se de suas economias, mas o dinheiro foi depositado no Banco do Espírito Santo.
05 de dezembro de 2012
Carlos Chagas
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