"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

A ILUSÃO DO MONOPÓLIO DO PODER

 

Uma descoberta, uma observação, uma ação e até uma poesia, pertencem apenas a quem descobriu, observou, agiu ou poetou? Depois de pensada, uma idéia deve ser propriedade exclusiva de quem pensou? Ou pertence à Humanidade?



Essa dúvida filosófica projeta-se na realidade. Por haver levado o Lula e depois Dilma à vitória nas urnas, deve o PT imaginar-se dono do poder, cabendo-lhe ocupar os espaços que desejar no arcabouço do Estado? Afinal, ultrapassando os limites do partido, a eleição dos dois últimos presidentes exprimiu uma vontade majoritária nacional. Transcendeu do petismo.

Apesar disso, entre os companheiros, prevalece a concepção de que são proprietários absolutos do governo. Contrariam a evidência de que o descobridor da penicilina, se tivesse guardado para ele o maravilhoso avanço médico-científico, teria sido responsável pela morte de centenas de milhões de indivíduos.
A conquista do palácio do Planalto pelos companheiros não lhes dá o monopólio do controle da nação. Haveria que dividir com ela os bônus e os ônus de sua ascensão. Infelizmente, não é o que acontece.

O PT reivindica o monopólio do poder e o utiliza desde a eleição do Lula, com o óbvio consentimento dele. Só que outra parece a concepção de Dilma. Pelo menos, ela tenta livrar-se da crosta com que imaginaram cobri-la, acima e além de suas obrigações. Sustenta a evidência de ser presidente de todos os brasileiros, não apenas dos filiados ao partido vitorioso.
Caso o PT não se livre desse falso dogma, correrá o risco de perder as eleições de 2014, com Dilma ou com Lula.

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DECISÕES CRUCIAIS

No que depender do presidente Joaquim Barbosa, o plenário do Supremo Tribunal Federal decidirá a partir de hoje três questões cruciais: os mensaleiros que são deputados, condenados a pena de prisão, perderam seus mandatos?
 Os réus sentenciados deverão ser logo presos ou precisarão aguardar que o processo transite em julgado?
Caberá ao ministro-relator fixar os locais das prisões ou essa decisão ficará por conta dos juízes das Varas de Execução Penal, nos estados?

O procurador-geral da República sustenta que os mandatos estão extintos, que os condenados devem ser presos imediatamente e que Joaquim Barbosa deve determinar em que penitenciárias cumprirão suas penas.

Pode não ser essa a decisão da maioria dos ministros da mais alta corte nacional de Justiça.
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A QUEM PERTENCIAM OS 25 MILHÕES DE EUROS?

Uma pergunta circula nos corredores do Congresso com incômoda frequência: a quem pertenciam os 25 milhões de euros em espécie, fechados na maleta levada em mãos por Rosemary Noronha quando desembarcou do Aerolula, na cidade do Porto?
Está tudo registrado na aduana da segunda maior cidade portuguesa, ainda que regalias diplomáticas tivessem garantido à portadora não abrir a maleta, mas simplesmente declarar seu conteúdo.
Parece impossível supor tratar-se de suas economias, mas o dinheiro foi depositado no Banco do Espírito Santo.

05 de dezembro de 2012
Carlos Chagas

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