Com a saída do ministro Sepúlveda Pertence e a "renovação" do colegiado, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República perdeu completamente a independência e hoje funciona como órgão oficial do Planalto para "lavagem" das denúncias de corrupção que atingem o governo.
Na sessão de segunda-feira, por exemplo, não foi nenhuma surpresa o fato de a Comissão ter decidido suspender o processo contra o ex-ministro da Pesca, Altemir Gregolin, pela compra irregular de lanchas pela pasta, até que seja finalizada auditoria por parte do Tribunal de Contas da União. Essas lanchas, como se sabe, jamais tiveram uso e acabaram doadas à Marinha. E a empresa que as fabricou foi patrocinadora de outra ministra da Pesca, Ideli Salvatti, mas isso é outra história.
Agora, é justamente essa Comissão de Ética que o Planalto usa para "apurar" o caso da namorada do ex-presidente Lula, que ele contratou como chefe do Gabinete da Presidência da Repúblicas em São Paulo, cargo tão necessário que já foi extinto pela presidente Dilma Rousseff.
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"INFORMAÇÕES"…
A Comissão decidiu pedir informações e intimar para que se pronunciem a respeito das denúncias de irregularidades o ex-advogado-geral adjunto da União, José Weber de Holanda Alves, os diretores afastados da Agência Nacional de Águas (ANA) e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), os irmãos Paulo Vieira e Rubens Carlos Vieira, e a ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha.
Como se sabe, os intimados foram exonerados ou afastados do cargo há duas semanas, depois que a Polícia Federal deflagrou a Operação Porto Seguro, que investiga a venda de pareceres técnicos de órgãos federais para atender interesses particulares.
O presidente do colegiado, Américo Lacombe, se apressou em classificar como "problema íntimo" o fato de Rosemary Noronha ter usado sua proximidade com o ex-presidente Lula para conseguir favores.
"Lula deveria se pronunciar se quiser. O presidente Lula, o problema dele agora é um problema pessoal, um problema íntimo. Isso aí (nomeações) nós vamos ver depois, temos que ir devagar, degrau por degrau. Agora, vamos ouvir o que esses cidadãos têm a dizer", alegou Lacombe.
O prazo é de dez dias para que os intimados forneçam informações à comissão. Os intimados poderão sofrer desde uma censura, pela qual perdem a condição de reputação ilibada, até ter recomendada sua demissão, o que é uma bobagem, já que todos foram demitidos.
Rose vai responder por escrito, através de texto criado por Márcio Thomaz Bastos, segundo a estratégia do Instituto Lula e do PT.
05 de dezembro de 2012
Carlos Newton
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