O Secretário Chefe da Casa Civil, Pedro Paulo Carvalho, afirmou que, apesar do programa que a Cedae realiza, em torno de 50% dos imóveis não contam com rede coletora ligada ao emissário submarino. Difícil, portanto, realizar-se obras de saneamento e despoluição. Foto desoladora acompanha a matéria. Lixo lançado no rio das Pedras no seu encontro com a Lagoa do Camorim. Bairros bem populares nas margens das águas e da foto.
A Cedae,, acentua a matéria, discorda da privatização, em face dos investimentos já levados a efeito e outros em pleno andamento. Mas esta é outra questão. O fato é que os trabalhos arrastam-se há trinta anos, acrescentam Célia e Selma. A Cedae assegura que tudo estará pronto para as Olimpíadas de 2016. Inclusive a região vai receber grande volume de equipamentos olímpicos.
As Olimpíadas instituem assim uma maratona no plano administrativo. Ainda bem. Porque, caso contrário, os investimentos saneadores poderiam não sair do papel.
Como tantas outras iniciativas no Estado e no país. A força da inércia pesa muito, os custos também, sobretudo seus reajustes com base no IGPM da Fundação Getúlio Vargas, sempre acima da inflação do IBGE.
ANTIGAMENTE…
Os governos Carlos Lacerda, Negrão de Lima e Chagas Freitas aceleraram a execução de obras públicas e resolveram obstáculos. Mas em outros períodos, nem sempre se verificou a mesma disposição.
Chagas Freitas, por exemplo, tornou possível a estrada de acesso ao túnel Dois Irmãos, atravessando áreas da PUC, passando por baixo de conjunto residencial, numa solução lógica. Viabilizou também a conclusão do elevado da Perimetral, que o prefeito Eduardo Paes pretende demolir, passando por cima do Quartel dos Fuzileiros Navais.
Superou resistência da Marinha, mostrando que não havia implicação alguma em matéria de segurança. Negrão de Lima uniu a Zona Sul à Barra da Tijuca com os dois estágios do Túnel de São Conrado. Lacerda implantou as zonas industriais.
Como se encontram hoje? Eis aí uma pergunta a ser respondida. O Rio, antiga Guanabara, teve através do tempo até sua falência decretada pelo prefeito Saturnino Braga. Foi um equívoco, grave, o poder público não por ir a falência como se fosse um empreendimento comercial.
Seu objetivo não é, tampouco poderia ser o lucro, já que dele depende a qualidade de vida da população. A qualidade de vida da Baixada de Jacarepaguá, agora, poderá melhorar.
Mas o empreendimento cogitado hoje revela e acentua as dificuldades de ontem. Caso contrário, em 30 anos, as obras de despoluição já teriam até sido concluídas. As consequências sociais da não realização são muito grandes. O nível sanitário, por exemplo, cai sem o saneamento do meio ambiente.
Inclusive é preciso considerar que a população cresce à velocidade de 1,2% ao ano, observando-se apenas o ritmo demográfico, e não incluindo no cálculo a força de atração da Barra da Tijuca, do Recreio dos Bandeirantes, da Baixada de Jacarepaguá, portanto.
Assim, cada projeto não executado encarece e torna-se mais difícil de um ano para outro. A despoluição e o saneamento são essenciais. Agora, trinta anos depois, parece que vão ser feitos. Antes tarde do que nunca, como no velho ditado.
11 de janeiro de 2013
Pedro do Coutto
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