"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

O FUTEBOL MUDOU

 

Anos atrás, os jovens Neymar, Ganso, Lucas, Oscar, Pato e Leandro Damião eram superelogiados e tidos como certos na Copa de 2014. Pato, Leandro Damião e Ganso não foram chamados por Felipão. Oscar e Lucas devem ser reservas no jogo contra a Inglaterra. Talvez, jogue um dos dois desde o início.

O que aconteceu? Fora Neymar, um fenômeno, esses jogadores não são tão bons como diziam? Ainda é cedo para falar disso? Ou Felipão se precipitou ao convocar Fred, Luís Fabiano e Ronaldinho, jogadores com grande risco de não estarem bem durante o período da Copa? São grandes dúvidas, hoje, sem respostas.

Felipão pode organizar o time de várias maneiras. Se jogar no 4-2-3-1, Ramires e Paulinho seriam os volantes. Neymar, Ronaldinho e Lucas (ou Oscar ou Hulk) formariam uma linha de três meias-atacantes, além de Luís Fabiano ou Fred de centroavante.

O problema de se jogar dessa forma é que Neymar, pela esquerda, teria de voltar para marcar o lateral. Com Mano Menezes, sem um centroavante fixo, Neymar era o jogador mais adiantado, sem funções defensivas. Deixá-lo mais próximo do gol é importante. Uma maneira de se evitar que ele recue demais, mantendo o centroavante, seria ter uma linha de três no meio-campo (Ramires, Paulinho e Arouca ou Hernanes ou Oscar), Ronaldinho pelo centro, e, na frente, Neymar e mais um centroavante (4-3-1-2).

DOIS ATACANTES?

Outra possibilidade seria jogar no 4-4-2, com duas linhas de quatro e dois atacantes (Neymar e um centroavante). Neste caso, Ronaldinho teria de jogar pelo lado, mais recuado, marcando o lateral, o que ele nunca fez. No Barcelona, Ronaldinho era um atacante pela esquerda. Não voltava para marcar. No Atlético, é um meia de ligação, sem funções defensivas.

Os maiores elogios à convocação de Felipão foram por causa da ausência de um volante mais marcador, plantado à frente dos zagueiros. Felizmente, esse tipo de volante tem desaparecido. Na Europa, ele nunca existiu. Hoje, os volantes são jogadores de meio-campo, marcam e saem para o jogo, como se diz no futebolês. O problema é que pouquíssimos jogam em alto nível. Para avançar sem saber, é melhor ficar lá atrás.

Paulinho e Ramires são hoje os dois melhores volantes. Evoluíram bastante. Mas só teremos um volante fora de série, um grande craque, quando os técnicos das categorias de base pararem de colocar armadores criativos para serem meias ofensivos ou jogadores pelos lados. Essa é uma mania mundial.

Gosto de jogadores pelos lados, que atacam e defendem, desde que tenham características de atacante, como Lucas, Oswaldo, Bernard, Cristiano Ronaldo e outros. Times como o Chelsea, com três excelentes meias “armandinhos” (Hazard, Oscar e Mata) e com um centroavante isolado, dificilmente vão ganhar títulos.

30 de janeiro de 2013
Tostão (O Tempo)

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