O Estado brasileiro quedou-se inerte nos últimos vinte anos. Deixou de investir na infraestrutura ao menos para acompanhar a demanda das exportações e das importações, principalmente. Chamar o investidor privado internacional para participar da expansão desse importante setor portuário, com a esperança de que trarão tecnologia e dólares para o país, é de um primarismo que muitos insistem em referendar.
Os europeus e americanos estão em crise grave nas contas financeiras, com dívidas astronômicas, e se puderem investir o farão nas suas economias frágeis, as quais amargam altos índices de desemprego, que chega a mais de 26% da força de trabalho economicamente ativa, caso da Espanha.
AGÊNCIAS REGULADORAS…
Sabemos também que o Brasil carece de uma regulação eficiente em todos os setores da infraestrutura. As agências reguladoras não dão as respostas e o respaldo que deveriam dar aos consumidores brasileiros. A criação das agências foi uma exigência do poder econômico mundial para tirar do Estado, via ministérios correspondentes a cada área, a fiscalização da infraestrutura e dos serviços.
Um paralelo: tratou-se da mesma pressão para a criação do Ministério da Defesa (civil) com o intuito de afastar os antigos ministros militares das reuniões no Palácio do Planalto. Apenas um adendo: a criação das agências reguladoras e do Ministério da Defesa ocorreu em decisões tomadas no governo de FHC, entretanto, mantidas pelos governos posteriores.
Concluindo derradeiramente essa prosa, que já vai longa demais, a iniciativa privada nacional e internacional só mantém um serviço público enquanto está auferindo lucros, caso contrário entrega tudo para o Estado já inevitavelmente sucateado, para que o Estado (que em síntese é bancado pelo contribuinte) investa e coloque tudo em pé de novo, para um novo governo devolver depois para outros “empreendedores de espírito animal”. Esta é a realidade.
30 de janeiro de 2013
Roberto Nascimento
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