"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

JÂNIO QUADROS: DE VEREADOR A PRESIDENTE DA REPÚBLICA

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Em 25 de agosto de 1961 o presidente brasileiro Jânio Quadros renuncia ao cargo sete meses após assumir

O político e ex-presidente do Brasil, Jânio da Silva Quadros, nasceu em Campo Grande — então estado de Mato Grosso e atual capital do Mato Grosso do Sul — no dia 25 de janeiro de 1917.

Criado na capital paulista, no bairro da Vila Maria, Jânio ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo em 1935. Concorreu a vereador nas eleições de 1947, mas não foi eleito. Com a suspensão do registro do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e a cassação dos mandatos de seus parlamentares, Jânio ingressou na Câmara como suplente em 1948. Em outubro de 1950, foi eleito deputado estadual.

Em 1953, na primeira campanha eleitoral para a prefeitura de São Paulo desde a Revolução de 1930, Jânio venceu por larga margem. Em 1954, abdicou ao cargo para candidatar-se a governador do estado de São Paulo. No ano seguinte, tomou posse. Seu mandato ficou famoso pelo combate à corrupção e moralização do serviço público.

Em 1959, um grupo reuniu-se na Associação Brasileira de Imprensa (ABI) no Rio de Janeiro e fundou o Movimento Popular Jânio Quadros (MPJQ), lançando a candidatura do político à presidência da República. Em três de outubro de 1960, Jânio venceu as eleições e João Goulart foi eleito vice-presidente.

Jânio desenvolveu uma política interna considerada conservadora e aceita pelos Estados Unidos. Já no plano externo, exerceu uma política independente e aberta a relações com todos os países do mundo, o que provocou protestos de vários setores que o apoiavam. Recebeu no palácio do Planalto a primeira missão comercial da República Popular da China, enviada ao Brasil e a missão soviética de boa vontade, também para incrementar o intercâmbio comercial entre os dois países.

No encontro com Ernesto Che Guevara, ex-guerrilheiro e ministro da Economia de Cuba, Jânio pediu a libertação de 20 padres presos em Cuba e obteve êxito. Em contrapartida, condecorou Che com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, o que repercutiu negativamente entre os mais conservadores. Estes fatos levaram a uma grave crise política, mas não se sabe ao certo o motivo que levou o presidente a renunciar.

Em 1962, Jânio disputou o governo paulista, mas não foi eleito. Com a eclosão do golpe militar, que derrubou o governo Goulart em 1964, Jânio teve seus direitos políticos cassados. Em 1982, concorreu ao governo de São Paulo e sofreu outra derrota. Em 1985 lançou-se candidato à prefeitura de São Paulo pelo PTB e foi eleito.

Em 1990, Jânio foi abalado pela morte de sua esposa, Eloá do Vale, com quem teve dois filhos. Seu estado de saúde agravou-se, e em 16 de fevereiro de 1992, morreu em São Paulo. Encerrou-se assim uma carreira política sem paralelo na história do Brasil: um homem que em menos de quinze anos passou de vereador a Presidente da República.

30 de janeiro de 2013
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