Ser presidente da República num sistema democrático capitalista, mal (bem) comparando, é tentar reger com eficiência (nem tanto), uma grande orquestra contando com muitos músicos (políticos) de pouca vocação e preparo, de pouca visão, impossibilitados de acompanhar a regência do maestro (presidente da Repúbica).
Quase todos os instrumentos costumam estarem desafinados e ruins (máquina do governo). O grande espaço ocupado pela orquestra (a gigante malha do poder sobre a grana do trabalhador), pouco ventilado e escuro, cheirando ruim, com estranhos ruídos, aberto ao livre tráfego de coisas indesejáveis e imorais.
Como se já não bastassem todos esses monumentais desarranjos, o maestro (presidente da República) da orquestra, na grande maioria das vezes, costuma não ter dotes algum para música, menos ainda, experiência.
O povo, sempre obrigado a assistir a infernal barulho, pagando caros bilhetes (baixos salários com altos impostos), com tempo acaba surdo. Quanto às elites dominantes, donas da orquestra, dos instrumentos e do grande espaço, nunca gostaram de música, gostam mesmo é da grande grana deixada na bilheteria pelo sofrido povo. Para ter paz diante de tanta barulheira, só mesmo, ficando surdo (despolitizado).
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