Senadores do PSB divulgaram nota nesta quarta-feira (30) em que defendem que o PMDB escolha um candidato à Presidência do Senado capaz de "recuperar a credibilidade" da Casa.
O grupo de quatro senadores afirma que, além de uma plataforma de trabalho que resgate a imagem do Senado, o novo presidente precisa representar o "ideal de renovação" - num recado para que os peemedebistas não formalizem a indicação de Renan Calheiros (PMDB-AL) para disputar o cargo.
Alan Marques - 14.jan.2013/Folhapress |
O senador Renan Calheiros, favorito na disputa pela presidência do Senado |
O PSB integra a coligação de partidos que apoiam o governo federal, que tem como vice-presidente Michel Temer (PMDB-sP), presidente de honra do PMDB. Embora a nota não mencione o nome de Renan, senadores do partido admitem votar contra o peemedebista na eleição para a Presidência do Senado, marcada para sexta-feira (1).
"Para bom entendedor, meia palavra basta. Não é apenas a questão do nome [do Renan], mas de todo o processo de escolha do candidato. Estamos há dois dias das eleições, o PMDB quer escolher o seu nome apenas na quinta-feira. Não há um processo de ideias. Vamos como carneiros para essa discussão?", questionou a líder do PSB, senadora Lídice da Mata (BA).
A nota é assinada pelos quatro senadores do PSB: Lídice, Rodrigo Rollemberg (DF), Antônio Carlos Valadares (SE) e João Capiberibe (AP). Segundo a senadora, a bancada vai votar "unida" no novo presidente. O partido espera que o PMDB escolha outro nome, mas cogita apoiar um senador "independente" se Renan for mantido na disputa pelos peemedebistas.
A bancada se irritou depois que a Mesa Diretora do Senado divulgou tabela em que considera apenas três senadores do partido - uma vez que Capiberipe assumiu seu mandato no ano passado, depois de ser barrado pela lei da ficha-limpa. O parlamentar tomou posse de sua cadeira depois que o STF (Supremo Tribunal Federal) derrubou a validade da lei nas eleições de 2010.
Com essa divisão de tamanho, o PSB perde a possibilidade de disputar a quarta-secretaria do Senado com o DEM, que também possui quatro senadores. A manobra, segundo alguns senadores do partido, poderia ser estratégia da campanha de Renan para assegurar apoio do DEM na eleição.
Segundo Lídice, na semana passada o comando do Senado havia divulgado outra tabela em que considerava quatro senadores da sigla. "Não quero dizer que foi ação de ninguém, mas mudou-se a compreensão das coisas", afirmou a líder.
A bancada do PMDB se reúne amanhã para formalizar o nome de Renan, que ainda não se declara candidato. O líder do PMDB é favorito para ganhar as eleições. Até agora, apenas o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) lançou seu nome na disputa, mas o grupo dos chamados "independentes" se articula para lançar o senador Pedro Taques (PDT-MT) na corrida à Presidência do Senado.
30 de janeiro de 2013
GABRIELA GUERREIRO - Folha Onlime
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