O ano é 1951. Eu garotinho de 6 para 7 anos e minha mãe, filha de italianos, cujo pai lutou na Etiópia, inocentemente falava uma frase sem ter idéia real da carga, hoje considerada, de racismo explícito. Negro de alma branca.
Não era racista, pois sua melhor amiga era uma negona gorda, gente finíssima, vizinha de casa geminada, casada com um português também gente fina, mas calado como um mudo. Eram os únicos que tinham geladeira, aquelas de enfiar barra de gelo na parte de cima, na rua toda. Todo dia passava o caminhão que vendia as barras.
Esse intróito é para justificar o que vou escrever agora: Brancos de alma negra (no bom sentido, cacete!), Sue Keller e Marty Sammon, ilustres desconhecidos no Brasil, brancos, apresentam Georgia on my mind, numa execução primorosa, com toda a alma do jazz de raíz e o soul, como alguns negros podem até não ter.
25 de fevereiro de 2013
magu
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