Duas semanas depois de seu retorno à Venezuela, vindo de Cuba onde fora submetido a 4 intervenções cirúrgicas, na tarde de terça feira (5/3)o coronel paraquedista Hugo Chávez, aos 58 anos, foi “prás picas”.
Acompanhará seu enterro o chavismo, que mistura o pior do populismo, do ultra-nacionalismo, do caudilhismo com o “socialismo do século XXI”, tão nefasto quanto o do século XX.
A morte deixa um vácuo difícil de ser preenchido, já que nenhum sucessor tem a mesma ascendência sobre os membros do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) e as Forças Armadas, nem o mesmo carisma para conduzir as massas.
O carismático Chávez deverá ser lembrando pelo estilo espalhafatoso, que causou a célebre reação do Rei Juan Carlos, da Espanha, num encontro de governantes: “Por que não te calas?” e pela vil maneira como usou uma das ferramentas da democracia, as eleições periódicas, para desmontar instituições e concentrar poderes.
Na realidade ele foi um ditador, pois criou uma milícia própria, manobrou para garantir resultados favoráveis em eleições, confiscou empresas, perseguiu opositores e a imprensa e submeteu a Justiça aos seus interesses.
Quatro anos depois, o coronel assumiu o comando da Venezuela ao ser eleito com 56% dos votos. Diante de um cenário político marcado pela corrupção, Chávez apresentou-se como um representante das classes mais baixas que promoveria uma melhor distribuição da riqueza vinda do petróleo.
De fato, a maior fonte de recursos do país financia os programas assistencialistas conhecidos como “misiones”, que consistem basicamente em uma fórmula para distribuir pequenas quantias de dinheiro aos beneficiários. Todas estabeleceram uma dependência entre a população pobre e a figura onipresente de Chávez.
O medo de perder os benefícios sociais ou um cargo público manteve a população fiel ao coronel, em um estilo de governo batizado por opositores de “medocracia”.
Ao longo de seus três mandatos consecutivos, foram cometidas muitas irregularidades contra a democracia, como mesários votando no lugar dos eleitores ausentes ou permitindo que militantes chavistas acompanhassem eleitores na cabine de votação. Até sua saída de cena, as artimanhas foram alteradas, mas nunca eliminadas.
Como não poderia deixar de ser, era uma amigo do peito do ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, que tem um fraco por todos os merdas.
(1) Fotomontagem: baseada na charge de Roque Sponholz “Enfim uma boa alma para salvar Chávez”. Nela pode-se ver a doutora Virgínia Soares de Souza, que tinha o hábito de matar os pacientes na UTI ( leia Polícia prende médica no Evangélico )
06 de março de 2013
Giulio Sanmartini
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