"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 11 de março de 2013

COREIA DO NORTE x COREIA DO SUL

 

Um território divido entre extremos. Ao norte, o país mais fechado do mundo. Ao sul, uma aliada dos Estados Unidos, o país símbolo do liberalismo. Enquanto a Coreia do Sul aplica sanções contra a vizinha, esta insiste em investir em seu programa nuclear, e sobrevive ao total isolamento econômico e cultural às custas da miséria de sua população. Acredita-se que o regime totalitário da Coreia do Norte está próximo de um colapso. Esta ideia ganha cada vez mais força com os rumores de que o ditador Kim Jong II padece de uma grave doença.
Compare os dois países:

Coreia do Norte

 
Coreia do Norte
Regime ditatorial
120.538 km²
Capital: Pyongyang
23 milhões de habitantes
PIB: 40 bilhões de dólares
Expectativa de vida: 67 anos
Exército: 1,2 milhão de soldados

Coreia do Sul

 
 
Coreia do Sul
Regime democrático
99.237 km²
Capital: Seul
50 milhões de habitantes
PIB: 1,27 trilhão de dólares
Expectativa de vida: 78 anos
Exército: 655.000 soldados

Localização

Histórico

O país ficou sob a influência da União Soviética após a II Guerra. A divisão oficial do território veio em 1948: o norte como comunista eo sul, capitalista. Em 1950, o norte invadiu o sul, sob o argumento de ter a fronteira violada. Queria unificar os dois países sob o regime comunista, ofensiva contida pelas intervenções militares americanas. Em 1953, um acordo estabelecia uma zona desmilitarizada entre as Coreias. A então União Soviética continuou ajudando a Coreia do Norte em seu programa nuclear. Na década de 1980, o país assinou tratado de não proliferação nuclear, mas não o cumpriu. Em 2009, deixou o mundo em atenção, após vários testes com mísseis nucleares.

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O território coreano já foi disputado por chineses, mongóis, japoneses e russos. A região sul se tornou uma zona de influência americana através do mesmo tratado que fez do norte um estado comunista, em 1948. O país foi apoiado pelos Estados Unidos durante a Guerra da Coreia, Em 2000, o presidente Kim Dae Jung receber o Prêmio Nobel da Paz pela sua iniciativa de paz com o norte. A confirmação de que a Coreia do Norte manteve um programa secreto para desenvolver armas nucleares impediu a aproximação. A crise se agravou em 2008, quando o presidente Lee Myung-bak adotou uma postura de endurecimento das sanções econômicas em relação ao Norte.

Líderes

Em 1984, Kim Jong-II herdou o poder do pai, Kim II-sung, considerado o “presidente eterno” desde 1948. Aos 68 anos, não aparece em público há 15 anos e tem um histórico de corrupção e tirania. Entre seus golpes mais conhecidos, estão a falsificação de dólares e a lavagem de dinheiro do narcotráfico. Sofreu um derrame cerebral em 2008 e seu provável sucessor deve ser Kim Jon-um, de 26 anos, filho caçula do ditador, considerado imaturo e incapaz de manter o regime.
Eleito presidente em 2008, o conservador Lee Myung-bak, de 67 anos, passou a exigir o desarmamento nuclear norte-coreano e melhoras em questões de direitos humanos para enviar ajuda ao norte, que recebeu entre 1995 e 2007 mais de 3 bilhões de dólares do sul. Em abril de 2008, os norte-coreanos realizaram testes com mísseis de curto alcance, e acusaram Lee Myung-bak de ter enviado um navio de guerra à Coreia do Norte, aumentando a tensão entre os países.

Política

É o país mais fechado do mundo. O governo ditatorial divide a população em três: entre 20% e 30% são leais; aproximadamente 60% são considerados neutros, e entre 10% e 20% são tidos como reacionários ou hostis. As autoridades se utilizam desta classificação para decidir quem pode cursar a universidade ou quanto alimento irá receber, por exemplo. Os norte-coreanos não podem ler jornais, revistas, ou livros estrangeiros, e jornalistas apenas podem entrar no país com a autorização do governo, uma tarefa praticamente impossível. O inviável sistema comunista do país matou de fome cerca de 3 milhões de pessoas no fim dos anos 1990, já na gestão de Kim II-sung.
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O país tem um sistema democrático, conquistado após anos de instabilidade política. Quando foi classificada como Coreia do Sul, a região passou a ter como liderança o nacionalista Syngman Rhee, que permaneceu no poder até 1960. Seu sucessor, Chang Myon, foi deposto, em 1961, e o general Park Chung Hee assumiu o comando do país sob suspeitas de ter fraudado a eleição. Em 1972, através de um golpe de Estado, Park instaurou no país uma ditadura militar. Park foi assassinado em 1979. O general Chun Doo-Hwan liderou outro golpe militar, que durou até 1987, quando a pressão popular tornou as eleições diretas inevitáveis. O primeiro presidente civil do país depois de 30 anos, em 1992, foi o candidato governista Roh Tae Woo. 

Economia

O PIB do país corresponde a 3,1% do PIB sul-coreano. A economia está estagnada há quase quinze anos. A desnutrição da população, que sofre com a fome crônica há doze anos, fica evidente de todas as formas, como na avaliação da estatura dos norte-coreanos, que são, em média, sete centímetros mais baixos que os coreanos capitalistas. Hoje, o governo concenta forças na Campanha dos 150 dias: quer crescer 20% até 2012, ano do aniversário de 100 anos do “presidente eterno”, Kim II-sung.
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O país transformou-se num dos Tigres Asiáticos e, ao contrário da região norte, é moderno e industrializado. Sua economia tem como base a exportação de bens manufaturados e de alta tecnologia. Entre 1980 e 1993, o PIB cresceu em média 9,1% ao ano, uma das taxas mais altas do mundo. A partir de 1997, o país sofreu o impacto da crise financeira mundial, mas se manteve como um importante exportador de produtos eletrônicos, peças para computador e automóveis.

Ameaça nuclear

Responsável pelos dois testes nucleares neste século, ameaçou “varrer” os Estados Unidos e a Coreia do Sul, sob a justificativa de que poderia ser atacada por eles. Em 2002 confessou que mantinha seu projeto nuclear. Os Estados Unidos suspenderam a ajuda e mesmo assim mantém testes com artefatos nucleares com frequência.
 
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Assim como os Estados Unidos e a Organização das Nações Unidas, a Coreia do Sul condena o uso de armas nucleares. Em 2000, tentou uma reaproximação com o governo do norte, malsucedida. É acusada pelo norte de ter intenções hostis, razão pela qual o ditador vizinho lança foguetes em testes nucleares.

Apoio externo

O país quase não mantém relações exteriores, apesar de receber ajuda financeira e humanitária. No último mês, a ONU exigiu que Pyongyang prossiga com as negociações diplomáticas com a Coreia do Sul, Japão, EUA, Rússia e China. A China, aliada da Coreia do Norte, condenou formalmente o país pela realização de testes nucleares, mas não deve aceitar medidas mais duras contra o vizinho, mesma posição que deve adotar a Rússia.
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É apoiada principalmente pelos Estados Unidos, desde o término da Guerra Fria, e também pela França. A Coreia do Sul mantém boas relações com a Organização das Nações Unidas, e com instituições econômicas poderosas como o Banco Mundial, a Cooperação Econômica Ásia Pacífico, o Fundo Monetário Internacional (FMI), a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a Organização Mundial do Comércio
 
11 de março de 2013

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