Os brasileiros são os novos japoneses. Estamos em todos os lugares, tirando fotos e fazendo barulho. E eu fui ao Chile, aumentar esse contingente. Nossos conterrâneos estão descobrindo o país. Coitado dos chilenos, que têm que aguentar essa multidão de gente mal vestida que pensa que sabe falar espanhol.
Brasileiro tentando falar com chileno é uma desgraça: acha que para falar espanhol basta botar “ito” no final das palavras e mais algumas vogais no meio: “Quiero um cafezito, puede ser?” A gente não entende que o esquema é outro.
Exemplo: em espanhol, peixe é “pescado” ( e não“pieixe”). E não é “pessscado”. O chileno (assim como o argentino, etc.) morde o“s” até virar quase ”f”: “pesfcado”. Até aprender você acaba com câimbra na língua.
Tirando esse detalhe “linguístico”, qualquer brasileiro acaba curtindo o Chile. Todo lugar onde você não ouve funk carioca é legal (apesar de lá ter o reggaeton). O povo é bacana e tem muita coisa para ver. No centro de Santiago, a capital, por exemplo, você vê prédios históricos, em vez de 30 mil cortiços verticais, como no centro de São Paulo. Ao meio dia, ouve-se um tiro de canhão. É uma tradição local. No Brasil, explosão só se for de caixa eletrônico.
Brasileiro tentando falar com chileno é uma desgraça: acha que para falar espanhol basta botar “ito” no final das palavras e mais algumas vogais no meio: “Quiero um cafezito, puede ser?” A gente não entende que o esquema é outro.
Exemplo: em espanhol, peixe é “pescado” ( e não“pieixe”). E não é “pessscado”. O chileno (assim como o argentino, etc.) morde o“s” até virar quase ”f”: “pesfcado”. Até aprender você acaba com câimbra na língua.
Tirando esse detalhe “linguístico”, qualquer brasileiro acaba curtindo o Chile. Todo lugar onde você não ouve funk carioca é legal (apesar de lá ter o reggaeton). O povo é bacana e tem muita coisa para ver. No centro de Santiago, a capital, por exemplo, você vê prédios históricos, em vez de 30 mil cortiços verticais, como no centro de São Paulo. Ao meio dia, ouve-se um tiro de canhão. É uma tradição local. No Brasil, explosão só se for de caixa eletrônico.
Todo brasileiro que vai ao Chile quer ir até Valparaíso cidade litorânea histórica. A gente vai para ver o Oceano Pacífico. Que, por sinal, é igual ao Atlântico. Muita água. Só que gelada. Muito gelada. Para você ter ideia, no porto de Valparaiso tem colônia de Lobos Marinhos. Botei o pé na água por 2 segundos e quase tive que amputar a perna. Frio pra caray.
Chile é um país com uma incrível diversidade geográfica. Tem gelo no sul e deserto no norte. E tem a Ilha de Páscoa.
Além de ver paisagem, o brasileiro vai ao Chile para comer. Lá tem muito peixe, camarão e mariscos (nome usado para quase tudo que é bicho com concha). E por um preço camarada. O problema são os garçons de alguns pontos turísticos, o garçom corre (mesmo) atrás de você, te convidando para o restaurante dele – mais ou menos como acontece na “passarela do álcool”,
A única coisa não recomendável é o café. A água de Santiago tem sabor de ferro. O café expresso, salvo exceções, tem gosto de corrimão. Mas você pode ir a um Café com Piernas, uma sensacional invenção chilena: são cafeterias com atendentes vestidas em vestidos justíssimos e curtos. Você sai do trampo e vai relaxar, bebendo um café (ruim) enquanto bisbilhota as coxas das garotas. Isso sim édesenvolvimento social.
E por falar em relaxar, é bom não se meter com a polícia chilena. Lá a coisa é séria. Quando fui visitar o palácio do governo, havia 3 manifestações programadas (sim, lá você avisa a data e o local, em vez da zona que rola no Brasil). Bastou surgir os manifestantes para surgirem vários carros blindados. Pelas marcas de tinta e pancadas nos carros, dá para ver que lá o bicho pega. Em poucos minutos estava todo mundo tossindo: soltaram uma espécie de gás pimenta para acalmar os ânimos.
Outra coisa séria lá é o vinho. Vinho no Chile é barato. E bom. Todo turista brasileiro visita uma vinícola chilena. Fui à Concha y Toro, maior vinícola do Chile. Comprei um pacote que incluía degustação com sommelier. Só tinha brasileiro no grupo. Nós não manjamos de vinho, mas eles manjam. A mulher falava do odor de “morango e madeira tostada”. E a turistada ficava cafungando a taça com ar de desespero, conversando baixinho: “Eu não senti morango, só uva, e você?”
Para quem quer algo mais forte, pode-se tomar Pisco, uma espécie de cachaça feita de uvas. O nome é bem coerente: duas doses e você fica com o fiofó piscando. Ou então o Mote com Huesillos, bebida doce elaborada com calda de pêssegos e grãos de trigo. Não, não provei, pois eu amo muito a minha vida.
Espero voltar a visitar o Chile. Isso se a invasão dos bárbaros (brasileiros) não acabar com o país antes.
11 de março de 2013
walter carrilho, jornalismo boçal
Agradecimentos especiais a Paul Evans (Chile), Paulo Weidebach Silvia Belrus, Eduardo Armelinni e Philipe Brito (Brasil) pelas dicas. Salud!
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