"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



domingo, 5 de maio de 2013

ENERGIA EÓLICA É DESPERDIÇADA POR FALTA DE LINHAS DE TRANSMISSÃO NO NORDESTE

 
Desperdício dos parques eólicos já virou prejuízo para o governo federal. Produção seria suficiente para abastecer 3,3 milhões de pessoas.

Vídeo aqui http://migre.me/epyb8

No Nordeste, a falta de linhas de transmissão em três estados impede que a energia produzida pelo vento chegue à casa de milhares de brasileiros. Esse desperdício já virou prejuízo para o governo.

Além da paisagem exuberante, as praias do Nordeste reúnem condições ideais para mover geradores de energia limpa. Na região, não há barreiras para o vento, que é constante. Por isso, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), das 92 usinas em operação no país, 60 estão na região.

"A energia eólica hoje é um meio alternativo, até mesmo para economizar água nos reservatórios. Então, no período de seca, você tem energia eólica gerando para poder suprir essa necessidade", explica o gerente do Parque Eólico, Christian Luz.

O uso do vento na matriz energética brasileira cresceu 73% em um ano. Hoje, a energia eólica representa cerca de 2% da capacidade de energia elétrica disponível no Brasil. Mas poderia ser mais aproveitada.

Para chegar até os consumidores, a energia gerada depende das redes de transmissão, que não são de responsabilidade das empresas que mantém os parques eólicos. E este tem sido um dos principais problemas do setor.

Em três estados brasileiros, Ceará, Bahia e Rio Grande do Norte, 26 empreendimentos estão prontos para produzir energia, mas ela não é distribuída por falta de linhas de transmissão. A Associação Brasileira de Energia Eólica calcula que seria uma produção suficiente para abastecer, por mês, cerca de 3,3 milhões de pessoas, mais do que a população de Salvador.

Como entregaram os parques eólicos no prazo, as empresas recebem do governo federal o que está previsto nos contratos, mesmo sem gerar energia: só nos últimos nove meses, foram pagos R$ 263 milhões.

"O prazo da construção da linha de transmissão tem que estar sincronizado com a construção do parque. Esse contrato de construção tem que estar fechado com multas, com compromisso, com responsabilidade, de tal forma que seja viável a execução da linha naquele prazo", ressalta Adão Linhares, da Câmara Setorial de Energia Eólica.

Pelo atraso na instalação das redes, a Chesf, responsável pelas linhas de transmissão, foi multada em mais de R$ 8 milhões. Em nota, a companhia atribuiu o atraso às exigências dos órgãos ambientais e ao curto espaço de tempo para montar a distribuição de energia dos novos parques eólicos.

05 de maio de 2013
Jornal Nacional - TV Globo

Nenhum comentário:

Postar um comentário