"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



domingo, 5 de maio de 2013

A INVESTIGAÇÃO PARALELA PARA SALVAR ROSEMARY NORONHA

 
 
Há duas semanas, VEJA revelou as conclusões de uma sindicância do governo que investigou as traficâncias de Rosemary Noronha no período em que ela chefiava o escritório da Presidência da República em São Paulo.
Coordenada pela Casa Civil, a apuração desvendou como a ex-funcionária usava a influência e a intimidade que desfrutava com o ex-presidente Lula para se locupletar do poder.
Ao fim de dois meses de trabalho, os técnicos reuniram provas que resultaram na abertura de um processo disciplinar contra ela por enriquecimento ilícito.
A investigação chamou atenção pela celeridade, profundidade e contundência com que se esmiuçaram os malfeitos da ex-chefe de gabinete – um ponto fora da curva na tradição petista de poupar os companheiros pilhados em falcatruas. O desfecho, porém, não deveria ter sido esse.
Desde o primeiro dia de investigações, forças poderosas dentro do próprio governo atuaram para impedir a sindicância de chegar ao fim. Essas forças tentaram, felizmente em vão, evitar que a sindicância terminasse da maneira como terminou.
VEJA teve acesso a um documento que mostra como a Secretaria-Geral da Presidência da República montou um processo paralelo com a falsa intenção de “acompanhar e orientar” a apuração da Casa Civil – mas que não passava de um ardiloso instrumento de sabotagem do trabalho de investigação.

*Para ler a continuação dessa reportagem compre a edição desta semana de VEJA no IBA, no tablet ou nas bancas.
Por Robson Bonin
05 de maio de 2013
Reinaldo Azevedo

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