"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sábado, 1 de junho de 2013

EDUARDO CAMPOS AGE PARA CONTER CRÍTICOS DE CIRO NO PRÓPRIO PARTIDO

 
Alan Marques - 14.jan.2013/Folhapress
Eduardo Campos, governador de Pernambuco, em entrevista após reunião com a presidente Dilma Rousseff em Brasília em 2013
 
Um acordo de paz, mesmo que transitório, é positivo para o pernambucano. Primeiro, porque ajuda a afrouxar a tensão interna no PSB. Segundo, porque tira o correligionário do grupo que expõe, de maneira crítica, divisões internas. Ciro é conhecido pelo estilo mordaz de falar.
 
A conversa de domingo, até pouco tempo atrás considerada improvável, ocorre num momento em que governadores do partido e o próprio ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, indicado por Campos para o governo, expressam apoio à reeleição de Dilma.
 
O jantar no Recife ocorreu por iniciativa do pernambucano, após um emissário telefonar para sondar se haveria consentimento de Ciro Gomes. Minutos depois, o convite foi formalizado.
 
A distância entre os dois ficou nítida em 2010, quando Ciro teve sua candidatura à Presidência retirada pelo PSB. Na ocasião, a sigla preferiu ficar com a candidata indicada pelo presidente Lula. Hoje é Campos quem ensaia voo solo e enfrenta a resistência dos irmãos Gomes.
 
INCÔMODO
 
Enquanto se esforçam para aliviar as tensões internas, defensores da candidatura de Eduardo Campos não escondem o incômodo com o que chamam de "governismo" do vice-presidente nacional da legenda, Roberto Amaral.
 
O mal-estar começou em fevereiro, quando o dirigente foi à festa de 10 anos do PT e fez elogios ao governo federal num discurso. Depois, intensificou-se em março, após o dirigente confirmar presença em outra festa petista, no Ceará, terreno considerado inimigo naquele momento.
 
A reação foi tão forte que Amaral cancelou a viagem. Mas as queixas persistiram. Aliados de Campos dizem que o vice tem feito restrições a uma chapa para 2014 que não seja puramente de esquerda, o que inviabilizaria a formação de uma aliança competitiva, com mais tempo de TV.
 
"Sou a favor da candidatura própria e o nome que unifica é o de Eduardo", disse Amaral à Folha. "Não ajuda nada meu partido ficar remexendo essas coisas. Sou o mais entusiasta da candidatura própria."

01 de junho de 2013
NATUZA NERY - Folha de São Paulo

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