"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 10 de junho de 2013

IRÃ DOS AIATOLÁS PROÍBE CACHORROS


Regime iraniano persegue até os cachorros – leio no Estadão -. Animais são vistos como impuros pelo Islã e considerados uma futilidade da cultura ocidental.
No Irã, o cachorro não é o melhor amigo do homem. O regime iraniano voltou a combater a posse de cães, vistos como impuros pelo islamismo. No entanto, o farmacêutico Soroush Mobaraki, dono de pet shop em Teerã, diz que as vendas estão aquecidas, apesar do medo de que os bichos sejam apreendidos e seus donos, multados. "Vendemos 20 cães por mês, mas sei de outros lugares que vendem muito mais", diz.

Durante décadas, ter um cachorro em casa era uma raridade. Cães de guarda, pastores e de caça sempre foram aceitos, mas, nos últimos anos, as autoridades se assustaram com a quantidade de gente de classe média que adquiriu um bicho de estimação para imitar a cultura ocidental.

"As pessoas querem ter um cachorro por status, do mesmo jeito que querem ter um carro de luxo", afirma Mobaraki. Os clérigos andam furiosos com os iranianos que vestem seus cães com roupas e acessórios ocidentais e desfilam com eles em carrões. "No Ocidente, muita gente tem mais amor por seus cachorros do que por mulheres e filhos", disse o aiatolá Naser Shirzi. A declaração, assim como um decreto emitido por ele, levou o Ministério da Cultura e da Orientação Islâmica a proibir todos os meios de comunicação de veicular comerciais sobre animais de estimação. A restrição, adotada em 2010, obrigou muitos criadores a manter seus cães escondidos.


Não é exatamente por repulsa ao Ocidente que os iranianos têm restrições aos cães. Ocorre que o Profeta – que Alá o tenha em sua glória – não gostava de cachorros. E particularmente dos cachorros pretos. Embora Maomé nada tenha dito a respeito do assunto no Corão, sua doutrina está expressa nas hadiths, ditos transmitidos ao homem. Que, em terminologia islâmica, significam os ditos de Maomé. Obra de teólogos, algo como o Talmud para os judeus.

O Apóstolo de Alá ordenou que todos os cães fossem mortos – diz uma hadith. Os cães não são uma espécie de criaturas que eu mandaria que fossem mortos; mas matem todos os que são totalmente pretos – diz uma outra. Ibn Mughaffal registrou: o Mensageiro de Alá ordenou que se matassem os cães, e então disse: E quanto a eles, isto é, quanto aos outros cães? E ele deu permissão para se manter cães para a caça e manter cães para a segurança dos rebanhos, e disse: quando um cão lamber um utensílio, lave o utensílio sete vezes e o esfregue com terra a oitava vez.

Abu Zubair ouviu Jabi Abdullah dizendo: o Mensageiro de Alá nos ordenou que matássemos os cães e levamos isso tão a sério a ponto de ir matar um cachorro vagueando com mulheres do deserto. Então o Apóstolo de Alá proibiu que o matássemos. E disse: “É seu dever matar o de manchas pretas que têm duas manchas nos olhos, porque são demônios. Extraio estes dados do site do Centro Cultural Beneficente de Foz do Iguaçu. Continua a reportagem do Estadão:
A polícia já reforçou a repressão aos cães e tem abordado pessoas que passeiam com os animais na rua. "Carros transportando cães também serão apreendidos", anunciou, em abril, o vice-chefe da polícia iraniana, Ahmad Reza Radan, segundo a agência Fars.

Ativistas dos direitos dos animais questionam a legalidade da lei e acusam o governo de promover uma apreensão generalizada de cães e de levá-los para "locais não revelados". "As pessoas estão sendo informadas de que seus animais serão mortos e não recebem documento confirmando a apreensão", diz Bahar Mohebi, diretor de um hospital veterinário de Teerã.


Que muçulmanos tenham restrição a cães em seus países, nada contra. Cada povo faz suas leis. O problema é que pretendem eliminar os cães do território europeu.

Hasan Küçük – representante turco-holandês no Conselho de Haia pelo partido Democratas do Islã - propôs a proibição de cães na cidade, a terceira maior do país. Paul ter Linden, que representa o Partido Holandês da Liberdade, respondeu; “neste país, a propriedade de pets é legal. Quem não gosta disso deve mudar-se para outro país”.

Na Espanha, dois grupos islâmicos com base em Lérida – cidade da Catalunha onde 29 mil muçulmanos constituem 20% da população – pediram às autoridades locais para regulamentar a presença de cães nos espaços públicos, para não ofender os muçulmanos.

Eles pedem a proibição de todas as formas de transporte público, incluindo ônibus e todas as áreas freqüentadas por imigrantes muçulmanos. Alegam que a presença de cães em Lérida viola sua liberdade religiosa e seus direitos de viver segundo os princípios islâmicos.

Após a municipalidade recusar os pedidos dos muçulmanos, a cidade experimentou uma onda de envenenamento de cachorros. Mais de uma dúzia de cães foram envenenados em setembro de 2011 nos bairros de Cappont e La Bordeta, distrito que é principalmente povoado por muçulmanos e muitos outros cães foram mortos nos últimos anos. Moradores do bairro que saem a passear com seus cães foram agredidos por imigrantes que se opõem a ver animais em público.

No Reino Unido, passageiros cegos foram retirados de ônibus ou tiveram corridas de táxi recusadas porque motoristas ou passageiros têm objeções aos “impuros” cães-guia. Em Reading, um aposentado que sofria de câncer confrontou-se repetidamente com os condutores e foi instado a sair do ônibus em razão de seu cão-guia. Enfrentou também hostilidade no hospital e super-mercado por causa do animal.

Em Nottingham, um chofer de táxi muçulmano recusou-se a transportar um cego acompanhado de seu cão-guia. Foi multado em £300 (R$ 812). Em Stafford, um chofer de táxi muçulmano recusou-se a levar um casal de velhos cegos a uma confeitaria porque estavam acompanhados pelo cão-guia.

Em Londres, um condutor de ônibus proibiu uma mulher de entrar com seu cão, porque havia uma lady muçulmana que poderia ficar perturbada com o cachorro. Enquanto a mulher tentava reclamar, bateu-lhe a porta do ônibus na cara e seguiu em frente. Quando chegou um segundo ônibus, ela tentou novamente embarcar, mas foi novamente detida, porque o chofer alegou que era muçulmano.

Ainda no Reino Unido, os cães farejadores da polícia treinados para identificar terroristas nas estações de trem não poderão mais fazer contato com passageiros muçulmanos, segundo queixas de que isto é ofensivo à sua religião. Prisioneiros muçulmanos no país recebem novas roupas pessoais e de cama após os cães-farejadores terem examinado suas celas. Os prisioneiros alegam que suas roupas de cama e uniformes de prisão precisam ser trocados de acordo com a lei islâmica se estiveram perto da saliva de um cão.

Que dizer de tudo isto? – comentei há mais de ano -. Apenas o óbvio. Quando um morto de fome lá das Arábias consegue emprego decente na Europa e se julga no direito de recusar passageiros em seu táxi ou ônibus, quando imigrantes fodidos querem expulsar os cães das cidades que os recebem, quando prisioneiros exigem troca de roupas se um cachorro examina suas celas, e quando os europeus aceitam esta arrogância islâmica, isto significa só uma coisa: que a Europa se rendeu à barbárie do Islã.

Em meio a isto, a última Veja dedicou longa reportagem ao atentado mais sangrento da história argentina, ocorrido no dia 18 de julho de 1994, quando terroristas iranianos explodiram uma van em frente a um prédio onde funcionava a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia). O saldo da carnificina foi de 85 cadáveres. Recente relatório elaborado pelo procurador especial Alberto Nisman, acusa a cúpula do governo iraniano de ter sido mandante do crime.

A ordem foi dada por Ali Khamenei, o líder supremo do Irã, em uma reunião em agosto de 1993, Mais ainda, o atentado tem suas raízes no Brasil. Doze extremistas citados por Nisman como tendo vínculos com o Hezbollah viveram, visitaram parentes ou mantiveram negócios em três cidades brasileiras: Foz do Iguaçu, São Paulo e Curitiba. Pelo menos quatro deles tiveram participação direta ou indireta no atentado à Amia.

E teve suas conseqüências em São Paulo. Após o atentado, aqui em Higienópolis, a sinagoga de minha rua transformou-se em bunker. Pesados anteparos de concreto armado foram dispostos na calçada para prevenir carros-bomba. O que vai contra as posturas municipais. Um secretário de urbanismo disse que no dia seguinte faria desaparecer das ruas tais anteparos. No dia seguinte, quem desapareceu do cargo foi o secretário.

O relatório de Nisman vem pipocando na imprensa nacional e internacional desde o início da semana passada. A notícia, que implica Teerã, Buenos Aires, São Paulo e Foz do Iguaçu, até hoje não mereceu uma linha sequer da Folha de São Paulo.

O correspondente da Folha em Teerã, Samy Adghirni, é xiita de carteirinha. Por isso os leitores da Folha ficam à míngua em matéria de informação sobre o Irã. Cá de São Paulo, a Veja está fazendo melhor cobertura do Irã do que o jornal que postou um jornalista lá.


10 de junho de 2013
janer cristaldo

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