O pedido perdão das dívidas de cinco nações africanas, estimada em R$ 1,5 bilhão (U$S 707 milhões), feito pela presidente Dilma Rousseff em visita a Adis Abeba, na Etiópia, revela a fragilidade da política externa brasileira.
As mensagens contendo as sugestões da presidente aguardam a aprovação do Senado.
O parecer sobre essas operações cabe ao senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES). Caso o texto seja aprovado pelo Congresso, os países beneficiados serão:
Congo-Kinshasa (US$ 4,7 milhões), Congo-Brazzaville (US$ 352,6 milhões), Zâmbia (US$ 113,4 milhões), Tanzânia (US$ 236,9 milhões) e Costa do Marfim (US$ 1,2 milhão).
O problema é que o Brasil ainda não estabeleceu uma clara política que separe o interesse comercial da defesa de valores internos
“O problema é que o Brasil ainda não estabeleceu uma clara política que separe o interesse comercial da defesa de valores que defendemos internamente, como democracia e direitos”.
O perdão da dívida africana não é um caso isolado. O Brasil já se posicionou de forma semelhante nas relações comercias com alguns países da América Latina como Venezuela, Argentina e Bolívia. O diplomata cita o perdão da dívida boliviana, depois da nacionalização das refinarias da Petrobras em 2006.
A decisão pode ter sido pautada por questões ideológicas, isto é, que tem pouco ou nada a ver com uma política de estado. Segundo Barbosa, a situação mostra que estamos diante de “uma política de governo”.
Ele acredita que o assunto não teve a repercussão desejada. Na sua opinião, a decisão do governo abre o precedente para o não cumprimento de compromissos futuros.
“A conseqüência será a abertura de novos empréstimos, que provavelmente terão o mesmo resultado, isto é, o não pagamento”.
10 de junho de 2013
IMIL
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