E se Lula, Henrique Alves e Renan Calheiros topassem confessar ao papa seus pecados mais sórdidos?
O Papa Francisco ouvirá a confissão de três brasileiros no dia 26, sexta-feira, numa feira vocacional a ser realizada na Quinta da Boa Vista.
Ainda não se conhecem os nomes dos penitentes que terão o privilégio desse sacramento diante de Sua Santidade. Mas imagine o amigo se, por hipótese remotíssima, os escolhidos fossem, por exemplo, Lula, Henrique Alves e Renan Calheiros. Pode escolher outra trinca do mesmo quilate.
Milagres têm como finalidade conduzir os seres humanos a Deus de modo extraordinário. Nesse caso, imagine também um modo extraordinário de milagre – esses três seres humanos ordinários decidem falar apenas a verdade, nada mais do que a verdade, no confessionário papal, durante três minutos cada um.
E confessando unicamente seus pecados mais sórdidos durante os anos na política, deixando de lado os veniais, já que os três são predominantemente venais.
Depois de ouvir os três pecadores seriais, o Papa Francisco, ainda em estado de choque, talvez perdesse sua fé inabalável nos homens – e se juntasse, na renúncia, a Bento 16.
Mais pragmático, talvez se convencesse de que, no Brasil, os sete pecados capitais são, na verdade, os sete pecados da capital.
E de que só Deus não sendo brasileiro seria possível que esse trio ascendesse aos píncaros do poder dos homens num país essencialmente católico. Deus então estaria livre para ser argentino — não fossem os Kirchners.
Mas basta de especulações.
Inteiramente absurdas ambas as hipóteses: que Lula, Alves e Renan sejam penitentes; e que um dia falem a verdade, mesmo diante de um Papa.
Como poderia nos ensinar o próprio Francisco — numa lição mais antológica do que aquela que deu a Dilma nesta segunda-feira, contrapondo seu discurso lindamente franciscano à autolouvação tacanha do cristianismo do governo lulopetista –, para se fazer uma boa confissão são necessárias cinco condições:
1) Um bom e honesto exame de consciência diante de Deus
2) Arrependimento sincero por ter ofendido a Deus e ao próximo
3) Firme propósito diante de Deus de não pecar mais, mudar de vida, se converter
4) Confissão objetiva e clara a um sacerdote
5) Cumprir a penitência que o padre nos indicar.
Cada uma das cinco condições suficiente para fazer esses três, e a imensa maioria de um governo que finge penitência ao Papa tentando pegar carona em sua fenomenal e justa popularidade, passar longe de um confessionário.
A eles restará a Justiça dos homens.
24 de julho de 2013
CELSO ARNALDO ARAÚJO
NOTA AO PÉ DO TEXTO
Coragem teve o mafioso Dom Corleone no filme O Poderoso Chefão, de confessar o assassinato do irmão. Mas acontece apenas em obra de ficção, embora retrate um momento da história da Máfia nos EUA. E embora, também, a nossa história republicana contemporânea, pareça uma obra de ficção... A confissão também é mero exercício de imaginação...
m.americo
O Papa Francisco ouvirá a confissão de três brasileiros no dia 26, sexta-feira, numa feira vocacional a ser realizada na Quinta da Boa Vista.
Ainda não se conhecem os nomes dos penitentes que terão o privilégio desse sacramento diante de Sua Santidade. Mas imagine o amigo se, por hipótese remotíssima, os escolhidos fossem, por exemplo, Lula, Henrique Alves e Renan Calheiros. Pode escolher outra trinca do mesmo quilate.
Milagres têm como finalidade conduzir os seres humanos a Deus de modo extraordinário. Nesse caso, imagine também um modo extraordinário de milagre – esses três seres humanos ordinários decidem falar apenas a verdade, nada mais do que a verdade, no confessionário papal, durante três minutos cada um.
E confessando unicamente seus pecados mais sórdidos durante os anos na política, deixando de lado os veniais, já que os três são predominantemente venais.
Depois de ouvir os três pecadores seriais, o Papa Francisco, ainda em estado de choque, talvez perdesse sua fé inabalável nos homens – e se juntasse, na renúncia, a Bento 16.
Mais pragmático, talvez se convencesse de que, no Brasil, os sete pecados capitais são, na verdade, os sete pecados da capital.
E de que só Deus não sendo brasileiro seria possível que esse trio ascendesse aos píncaros do poder dos homens num país essencialmente católico. Deus então estaria livre para ser argentino — não fossem os Kirchners.
Mas basta de especulações.
Inteiramente absurdas ambas as hipóteses: que Lula, Alves e Renan sejam penitentes; e que um dia falem a verdade, mesmo diante de um Papa.
Como poderia nos ensinar o próprio Francisco — numa lição mais antológica do que aquela que deu a Dilma nesta segunda-feira, contrapondo seu discurso lindamente franciscano à autolouvação tacanha do cristianismo do governo lulopetista –, para se fazer uma boa confissão são necessárias cinco condições:
1) Um bom e honesto exame de consciência diante de Deus
2) Arrependimento sincero por ter ofendido a Deus e ao próximo
3) Firme propósito diante de Deus de não pecar mais, mudar de vida, se converter
4) Confissão objetiva e clara a um sacerdote
5) Cumprir a penitência que o padre nos indicar.
Cada uma das cinco condições suficiente para fazer esses três, e a imensa maioria de um governo que finge penitência ao Papa tentando pegar carona em sua fenomenal e justa popularidade, passar longe de um confessionário.
A eles restará a Justiça dos homens.
24 de julho de 2013
CELSO ARNALDO ARAÚJO
NOTA AO PÉ DO TEXTO
Coragem teve o mafioso Dom Corleone no filme O Poderoso Chefão, de confessar o assassinato do irmão. Mas acontece apenas em obra de ficção, embora retrate um momento da história da Máfia nos EUA. E embora, também, a nossa história republicana contemporânea, pareça uma obra de ficção... A confissão também é mero exercício de imaginação...
m.americo
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