Funciona até em Chicago
Deputado da corrupta cidade americana vai para a cadeia; a mulher também
Durante 17 anos, Jesse Jackson Jr. viveu o oposto do mais fundamental princípio de Martin Luther King: foi julgado pela cor da sua pele e não por seus atos.
Filho de um conhecido líder negro americano, ele faturava em cima do prestígio paterno e dos votos de sua comunidade, em Chicago, que regularmente o elegia deputado.
As amizades suspeitas, o estilo de vida incompatível com a renda e as conexões encrencadas na mais notoriamente corrupta cidade americana eram relevados.
Ele conseguiu até se safar do escândalo que condenou o governador do estado de Illinois, Rod Blagojevich, a catorze anos de cadeia: a negociação criminosa para vender a vaga no Senado de ninguém menos que Barack Obama.
O preço era 6 milhões de dólares e o candidato Jackson Jr.
Quando as investigações sobre o desvio de verbas de campanha começaram a apontar para o desfecho da semana passada, o deputado recorreu a um truque batido: baixou no hospital para se tratar de uma “exaustão”, posteriormente transformada em distúrbio bipolar.
Não parecia nada cansado quando torrava 750 000 dólares em objetos de decoração, casacos de pele e um Rolex de ouro, mas poderá recuperar o fôlego com dois anos e meio de prisão.
Quando sair, sua mulher, Sandra Stevens Jackson, cumprirá 12 meses por sonegação fiscal – a alternância é para não deixar os filhos sozinhos.
“Aceito a responsabilidade pelos meus atos”, declarou, repetindo letra por letra, o que seu pai, um profissional do arrependimento dirigido a despertar simpatias públicas, disse quando apareceu uma filha fora do casamento.
Desde 1976, foram condenados em Illinois 1828 funcionários públicos, de carreira ou eleitos.
Pode não funcionar, mas é bem melhor do que nada.
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