Com meros 12% de aprovação a seu governo e submetido a um constante linchamento nas manifestações de rua, o governador do Rio, Sérgio Cabral, não é no momento a melhor companhia para uma fotografia.
Empenhado em reverter o desgaste de imagem acumulado ao longo dos últimos meses, o governador peemedebista enfrenta, esta semana, mais uma etapa decisiva para o partido, com influência direta sobre seu mandato e, principalmente, sobre o jogo político de 2014.
Cabral, agora em “versão humilde”, não tem muito a oferecer, mas ainda é para o PMDB um quadro estratégico e com quem o PT nacional tem interesse em manter boas relações – particularmente agora, com a volta dos trabalhos legislativos.
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, conseguiu, durante o fim de semana, estancar um sangramento perigoso para o partido e a presidente Dilma Rousseff.
Em franca campanha para o governo do estado, o senador petista Lindbergh Farias armou, para esta segunda-feira, durante a reunião agendada para a avaliação da situação política no estado, uma votação da executiva regional para decidir sobre a saída dos petistas do governo Cabral.
Lindbergh tentava se aproveitar da fragilidade do governador, que sustenta publicamente a pré-candidatura do vice, Luiz Fernando Pezão, para a sucessão em 2014.
Votação semelhante ocorreu em março, com vitória dos que optaram por permanecer no governo. A votação ocorreu dias depois de Lindbergh iniciar suas “caravanas da cidadania”, percorrendo cidades fluminenses para tornar-se mais conhecido.
Rui Falcão não gostou da postura de Lindbergh e achou prematuro tomar a decisão de sair do governo de Cabral. Falcão tem dois motivos.
O primeiro é cuidar para que qualquer movimento do Rio não respingue em Brasília, em um momento em que o apoio do PMDB é vital para encarar uma pauta de votações importantes, que passa pela análise dos vetos presidenciais, e as votações do orçamento impositivo e da MP dos Médicos.
O segundo ponto é a avaliação do presidente petista de que, apesar dos pesares, ainda é importante manter a aliança com Cabral para assegurar duplo palanque para a reeleição de Dilma Rousseff no Rio de Janeiro, caso seja inevitável ter Pezão e Lindbergh na disputa.
06 de agosto de 2013
in aluizio amorim
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