A promiscuidade provável - porém velada - que existe entre o Governo do PT e alguns Institutos de Pesquisa de intenção de voto assemelha-se à historinha do vendedor paraguaio - nada contra a a dignidade do povo paraguaio - que, quando indagado sobre a qualidade do que estava vendendo respondia " la garantia soy yo".
O problema aparecia quando o produto, numa das primeiras vezes que era colocado em uso prático, não funcionava, e aí via-se que a garantia não tinha endereço.
Qual a analogia?
Antes dos protestos que sacudiram o país durante o mês de junho, a popularidade da presidente Dilma atingiu incríveis 66%, produto nitidamente falsificado mas com garantia dos principais institutos de pesquisa, interessados em resultados favoráveis ao governo com o qual se entrelaçavam.
A estrepitosa vaia na abertura da Copa das Confederações, o primeiro teste real da autenticidade do índice, mostrou que a garantia era do tipo paraguaia.
Logo após a eclosão das manifestações de junho, o novo percentual caiu, em curto espaço de tempo, a também incríveis 30%, um assustador e inverossímil grau de volubilidade do eleitor brasileiro, levando a sociedade consciente a desconfiar das garantias oferecidas.
Por conseguinte, a credibilidade do vendedor também despencou.
Com a aparente retomada do sono do gigante, os institutos estão voltando lentamente a se pronunciar. Com garantias por enquanto mais cautelosas, elevando a popularidade a modestos 36% mas acentuando que a única maneira do PT vencer as eleições presidenciais no primeiro turno seria com Lula, fazendo renascer o entrelaçamento com o governo.
Certamente, trata-se mais uma vez, de "la garantia soy yo", já que o vendedor dificilmente recuperará a credibilidade.
É natural também que ele torça para que não ocorra outro teste real tipo abertura da Copa das Confederações.
12 de agosto de 2013
Paulo Roberto Gotaç é Capitão-de-Mar-e-Guerra – reformado.
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