(...) "Com toda a certeza, a submissão dos médicos aos desígnios do governo será , em breve, lembrada apenas como mais uma das muitas falsas soluções simples para problemas complexos emanadas do laboratório de trapalhadas do Palácio do Planalto.
As propostas oficiais somem na mesma velocidade com que aparecem. Lembra-se do plebiscito para consultar o povo sobre a reforma política que acabaria com todos os males da nação? Está morto e enterrado. Lembra-se da idéia de trazer 6000 médicos cubanos para suprir a carência de mão de obra especializada na saúde no interior do Brasil? Esqueça.
Alguém no governo acordou para o fato de que, se a ditadura cubana tem poder de exportar gente como mercadoria, esse tipo de comércio humano é inaceitável para os padrões humanitários brasileiros.
É inescapável a conclusão de que o Planalto está imerso em um momento de "realismo fantástico", aquela corrente da literatura em voga em meados do século passado que, ao contrário do gênero de terror em que o sobrenatural assusta, espera que o leitor ache a coisa mais natural do mundo que pessoas mortas passeiem pelas ruas das cidades e que bois possam voar.
Essa tem sido a tônica das decisões tomadas pelo governo.
Fala-se da distribuição de dezenas de bilhões de reais, como se dinheiro nascesse em árvore. Decide-se o destino de médicos que ainda nem entraram na faculdade. Convoca-se um plebiscito em um dia para descobrir no seguinte que isto é uma tolice.
O economista Joseph Schumpeter (1883 - 1950) deu a esse padrão de comportamento o nome de "racionalidade subjetiva", circunstância em que as pessoas - em vez de adaptar o pensamento e a ação às novas realidades - tentam encaixotar a realidade na sua moldura mental.
Isso não tem chance de dar certo."
08 de agosto de 2013
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