A Vale acaba de anuciar um prejuízo líquido de R$ 5,6 bilhões no quarto trimestre de 2012, o primeiro prejuízo trimestral desde 2002.
Analistas de mercado esperavam perdas de R$ 3 a R$ 6 bilhões. No ano, o lucro líquido registrou um tombo de 75%, para R$ 9,734 bilhões.
Pesaram no resultado baixas contábeis e provisões, além de menor preço do minério de ferro e uma leve queda na produção.
Além disso, no último 20 de dezembro, a Vale anunciou que faria uma baixa contábil de US$ 4,2 bilhões no quarto trimestre em decorrência da reavaliação do projeto de níquel Onça Puma (PI), no qual problemas nos dois altos-fornos levaram à paralisação da produção, e de ativos de alumínio. A empresa também fez provisões de R$ 1,4 bilhão para 2012 por considerar que terá de fazer concessões na briga com o governo em torno da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM).
Para o analista da corretora SLW, as perspectivas para 2013 são boas, com alta no preço do minério de ferro em relação a 2012. No ano passado, a média do preço por tonelada de minério ficou pouco acima de US$ 120, ante US$ 143 em 2011. Algumas previsões apontam para uma média de US$ 130 em 2013.
— Em 2012, a Vale arrumou a casa, fez as baixas contábeis e teve que enfrentar um cenário adverso principalmente no terceiro trimestre, quando o preço do minério caiu bastante. Para este ano, tudo indica que o cenário será melhor.
O ano de 2013 foi ruim para as mineradoras. A anglo-sul-africana Anglo American registrou prejuízo líquido de US$ 1,493 bilhão em 2012, contra um lucro líquido de US$ 6,169 bilhões em 2011. Foi a primeira perda em uma década. O resultado negativo foi puxado pela baixa contábil de US$ 4 bilhões do projeto Minas-Rio, que incluin minas de minério de ferro e um mineroduto para escoamento, comprado do grupo EBX, de Eike Bastista, em 2008. Também pesaram baixas contábeis em ativos de platina e a queda no preço das commodities.
A anglo-australiana Rio Tinto teve prejuízo de US$ 3 bilhões, o primeiro da companhia. A perda resultou da compra da Alcan em 2007 e da aquisição de ativos de carvão em Moçambique, onde problemas de transporte atrapalharam os projetos e obrigaram a empresa a cortar estimativas de produção. A BHP, por sua vez, teve queda de 58% no lucro líquido no segundo semestre do ano, para US$ 4,2 bilhões.
28 de fevereiro de 2013
Danielle Nogueira - O Globo
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