FRASE DO CARNAVAL

"A meta é eleger mil prefeitos. Mais prefeitos significam mais deputados, mais tempo de televisão, mais participação no Congresso e mais financiamento partidário".


A frase acima entra para a história proferida por Sérgio Guerra, presidente do PSDB, mostrando a pior face de um partido político: o fisiologismo.

Poucas vezes um político foi tão sincero e tão transparente na história deste país. A frase é uma espécie de "estupra, mas não mata", de Maluf. A entrevista do tucano foi publicada ontem, pelo Estadão. Há vários posts abaixo, publicados ontem, sobre ela. Vale a pena ler e refletir sobre os rumos da oposição no Brasil. Ou sobre a falta dela.

19 de fevereiro de 2012
coroneLeaks

NOTA AO PÉ DO TEXTO

O que se pode dizer diante de um pronunciamento desse tipo? Mais do que encontrar uma resposta, o que nos acomete é a certeza de que a "era da mediocridade" é mais profunda do que parece.
Ninguém em sã razão e sem partidarismos pode negar que falta de vergonha política e seriedade de propósitos sempre foi um traço dominante na política brasileira.
Que o fisiologismo e a vassalagem sempre acompanhou o poder da hora, sobrepondo-se aos interesses nacionais e aos da sociedade, são evidências inegáveis, mas parece-me que o PT aprofundou esse mau caratismo do político brasileiro, transformando em verdadeira 'instituição' a famosa e triste frase - porém verdadeira ao definir a nossa cultura - daquele jogador de futebol, o Gerson: "gosto de levar vantagem em tudo, certo?", ao promover uma determinada marca de cigarro que aumentava um ou dois centimetros o tamanho padrão dos que eram oferecidos no mercado.
Durante um bom tempo era um verdadeiro refrão, a propósito de qualquer coisa que implicasse uma escolha.
Com a "era da mediocridade" que aprimorou a gatunagem e o caráter do político, em pouco tempo as mais sérias instituições foram contaminadas, e o caos, a desordem, foram chegando de mansinho para não assustar, mas se impondo firmemente diante de uma sociedade anestesiada, entorpecida, diminuída, muda...
E hoje assistimos, sem reação, a invasão até mesmo do espaço privado da família, a mediocrização da educação, a desestabilização dos costumes, a quebra de tradições, a descristianização, o esforço para impor regras e normas, leis e obrigações que ferem o caráter da brasilidade.
E ficamos assim, a mercê de uma turba que pretende bolivarizar o país, amordaçando a cidadania.
As palavras de Sérgio Guerra mostram o cinismo do homem público e a grande cafajestagem em que se transformou a prática política no Brasil.
m.americo