As manchetes e os títulos das matérias publicadas ontem pela imprensa são bastante preocupantes, mas ao mesmo tempo desanimadoras, porque não se tratam de novidades, mas sim de uma rotina que necessita ser mudada o quanto antes. O que vimos foram coisas do tipo da manchete de 'O Globo': "Senado corre para legalizar a multiplicação de cargos". No desbodramento da matéria está o título "No Senado, mais cargos à vista". Na mesma página eu-se o seguinte: "Contratação de neto de Sarney provoca polêmica". Num editorial do mesmo jornal, o título é "Senado vira casa mal-assombrada".
Já hoje, o principal assunto político tem chamada na primeira página dizendo: "PMDB do Senado desafia Dilma, e rebelião se alastra". Para concluir, o colunista Elio Gaspari escreve artigo intitulado "A doação de Lula ao PanAmericano", banco em processo de pré-falência do Sílvio Santos, que foi comprado pela Caixa Econômica Federal, deixando o empresário/apresentador de TV com mais alguns bilhões de reais em suas contas.
Numa clara demonstração do desprezo dos políticos em geral para com o povo, outros assuntos revoltantes estavam na mídia ontem com os títulos "Ministério do Trabalho, propriedade do PDT", "Ministro Fernando Pimentel investigado pela Comissão de Ética", "Recrutas do Exército têm que levar papel higiênico". Some-se a tudo issso a crise que levou à renúncia de Ricardo Teixeira da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), por causa de 'malfeitos' por ele praticado, mas que chama a atenção pelos gastos de dinheiro público na construção de estádios, que depois da Copa de 2014 vão se transformar em verdadeiros 'elefantes brancos'.
Parecem novidades, mas são coisas que se repetem ao longo dos anos sem que os cidadãos tomes uma providência,ou seja, que usem o poder do voto para banir tantos nomes que se perpetuam nos poderes Executivo e Legislativo, sempre praticando os mesmos 'malfeitos' envolvendo dinheiro público, na maioria das vezes em benefício próprio.
Já é hora do povo acordar. Há necessidade de se reagir, saindo às ruas, algo que ainda não caiu no gosto da população. Alguém já criticou essa passividade dos brasileiros. O jornalista espanhol Juan Arias, correspondente no Brasil do jornal 'El País', que disse:
"As únicas causas capazes de levar às ruas até dois milhões de pessoas, são as dos homossexuais, a dos seguidores das igrejas evangélicas na celebração a Jesus e a dos que pedem a liberalização da maconha".
A frase está em artigo intitulado 'Por que os brasileiros não reagem?', que foi motivo de uma postagem neste blog, publicada em 11 de julho do ano passado (Leia aqui).
Se o povo não começar a se mobilizar para exigir mais seriedade por parte dos políticos, a tendência é que as manchetes dos jornais e os espaços dos noticiários com tais tipos de notícias aumentem a cada dia, talvez até necessitando de suplementos edições extraordinárias divulgando os fatos.
É bom que o povo entenda que uma reação popular pode dar resultados. Estão aí os atos praticados no mundo árabe, que levou ditadores à renúncia e até à morte (algo que não queremos por aqui, de jeito nenhum). Mas não dá para continuar como está.
14 de março de 2012
ayrton leitão
Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário