OU: ACABOU A FARSA, ZÉ! TENTE OUTRA VEZ!
2: José Dirceu é acusado de chefe de quadrilha em processo que tramita no Supremo Tribunal Federal.
3: José Dirceu é “consultor” de empresa privadas nacionais e estrangeiras.
4: José Dirceu é chefão informal — não tem nem cargo na Executiva — do PT.
a) isso é ou não é notícia?
b) isso deve ou não vir a público?
Este: um deputado cassado por corrupção, lobista de empresas privadas, acusado de ser “chefe de quadrilha”, mantendo encontros secretos com autoridades do Legislativo e do Executivo.
“Ah, mas Cachoeira e sua turma dizem que a fita iria pôr fogo na República…” E daí? Que dissessem que iria incendiar o mundo! Cada um usa as metáforas e as hipérboles que forem do seu gosto. Os diálogos deixam claro que ele é chegado, com frequência, a afetar um poder que não tem, o que certamente despertava a admiração dos seus subordinados. Isso é irrelevante. Atenção para o que vai em caixa alta. Depois, dirijo uma pergunta aos petistas:
Venham cá: se Dirceu estava lá, no seu cafofo, recebendo autoridades do Executivo e do Legislativo para tratar apenas de assuntos republicanos e do interesse do país, por que tanto drama? Por que haveria, nas palavras do contraventor, o risco de se “pôr fogo no país”? Aquilo tudo não era, na visão de vocês, legítimo, correto, moralmente aceitável? Da próxima, sugiro que reuniões desse tipo sejam noticiadas no site do PT. Assim:
“Ontem, no Hotel X, o companheiro José Dirceu se encontrou com o ministro do Desenvolvimento Industrial e com o líder do governo na Câmara, demonstrando que continua a ser um dos homens mais influentes do PT e da República. Perseguido pela imprensa burguesa, o agora mediador dos interesses entre o trabalho e o capital discutiu com as autoridades uma pauta que é do interesse (…)”
CACHOEIRA - Nós temos de ter jornalista na mão, ô Jairo! Nós temos que ter jornalista. O Policarpo nunca vai ser nosso…
JAIRO - É, não tem não, não tem não. Ele não tem mesmo não. Ele é foda!
28 de abril de 2012
Reinaldo Azevedo
O subjornalismo a serviço de José Dirceu e da escória do mensalão mudou um pouquinho de tom. Teve de revelar a sua real face. O objetivo é mesmo proteger aquele que é chamado de “chefe de quadrilha” pelo Procurador Geral da República.
Muito bem! Até ontem, a escória fazia marola na rede: “O jornalista da VEJA fez isso e aquilo; está de conluio com Cachoeira…” O inquérito, agora tornado público, deixa claro o que as pessoas decentes já sabiam: o profissional da VEJA atua em busca de informações que interessam ao público. Tanto não estava a serviço de Cachoeira que reportagem da revista sobre a Delta preocupa o grupo. Diálogos entre Cachoeira e o senador Demóstenes Torres flagram os dois se articulando para abafar a repercussão da notícia.
SABEM QUEM ESTAVA, NA PRÁTICA, QUERENDO OU NÃO, ATUANDO EM FAVOR DE CACHOEIRA? AQUELES QUE IGNORARAM A REPORTAGEM DA VEJA.
Nota à margem: pessoalmente, sou favorável ao fim do sigilo de justiça em inquéritos por uma razão simples: sempre há vazamento, e quem opera para isso fica impune. Como não se conhece o conteúdo do inquérito, alguns canalhas escrevem o que bem entendem. O que há mesmo lá contra a VEJA? Nada! Só há coisas a favor. Ou então vamos ver.
1: José Dirceu é ex-deputado, cassado por corrupção.
2: José Dirceu é acusado de chefe de quadrilha em processo que tramita no Supremo Tribunal Federal.
3: José Dirceu é “consultor” de empresa privadas nacionais e estrangeiras.
4: José Dirceu é chefão informal — não tem nem cargo na Executiva — do PT.
Muito bem! Se alguém com esse currículo está se encontrando, de forma clandestina, com autoridades dos Poderes Legislativo e Executivo em quartos de hotel, em meio à crise que resultou na queda do chefe da Casa Civil, pergunta-se:
a) isso é ou não é notícia?
b) isso deve ou não vir a público?
Nota: nem Dilma Rousseff sabia das atividades clandestinas de Dirceu, que atraía para seu cafofo também subordinados da presidente. O “chefe de quadrilha” (segundo a PGR) e seus esbirros no subjornalismo a soldo tentam agora, inutilmente, transformar em crime a divulgação da notícia.
No inquérito que já vazou na íntegra, a turma de Cachoeira comemora a notícia, sugere que está na origem da divulgação da fita — fita, notem bem!, que é do circuito interno do hotel. Não foi especialmente produzida por ninguém.
Isso é apenas um fato! SE A FITA TIVESSE SIDO PASSADA À VEJA POR UM SANTO, O CONTEÚDO SERIA AQUELE. SE A FITA TIVESSE SIDO PASSADA À VEJA POR UM BANDIDO, O CONTEÚDO SERIA AQUELE.
“Aquele, qual, Reinaldo?”
Este: um deputado cassado por corrupção, lobista de empresas privadas, acusado de ser “chefe de quadrilha”, mantendo encontros secretos com autoridades do Legislativo e do Executivo.
VEJA publicou? Publicou e fez muito bem! Folha, Estadão, O Globo e Época, para citar alguns veículos, agiriam da mesma forma.
Qualquer veículo tomaria essa decisão? Não! Aqueles que dependem da boa vontade de terceiros para sobreviver usariam o material para fazer negócio.
Os que precisam da ajudinha do governo federal e das estatais para existir também a esconderiam. E haveria certamente quem se visse tentando a usar o material para fazer chantagem.
“Pôr fogo na República”
“Ah, mas Cachoeira e sua turma dizem que a fita iria pôr fogo na República…” E daí? Que dissessem que iria incendiar o mundo! Cada um usa as metáforas e as hipérboles que forem do seu gosto. Os diálogos deixam claro que ele é chegado, com frequência, a afetar um poder que não tem, o que certamente despertava a admiração dos seus subordinados. Isso é irrelevante. Atenção para o que vai em caixa alta. Depois, dirijo uma pergunta aos petistas:
SEMPRE QUE ALGUÉM CASSADO POR CORRUPÇÃO, LOBISTA DE EMPRESA PRIVADA E ACUSADO DE SER CHEFE DE QUADRILHA ESTIVER SE ENCONTRANDO COM AUTORIDADES DA REPÚBLICA, A OBRIGAÇÃO DA IMPRENSA, SE SABE DO FATO E TEM A PROVA, É DENUNCIAR.
O resto é conversa de criminosos e de seus assalariados — TODOS ELES, INVARIAVELMENTE, PAGOS COM DINHEIRO PÚBLICO OU DE ESTATAIS — para tentar esconder os próprios crimes.
A pergunta aos petistas
Venham cá: se Dirceu estava lá, no seu cafofo, recebendo autoridades do Executivo e do Legislativo para tratar apenas de assuntos republicanos e do interesse do país, por que tanto drama? Por que haveria, nas palavras do contraventor, o risco de se “pôr fogo no país”? Aquilo tudo não era, na visão de vocês, legítimo, correto, moralmente aceitável? Da próxima, sugiro que reuniões desse tipo sejam noticiadas no site do PT. Assim:
“Ontem, no Hotel X, o companheiro José Dirceu se encontrou com o ministro do Desenvolvimento Industrial e com o líder do governo na Câmara, demonstrando que continua a ser um dos homens mais influentes do PT e da República. Perseguido pela imprensa burguesa, o agora mediador dos interesses entre o trabalho e o capital discutiu com as autoridades uma pauta que é do interesse (…)”
Essa gente perdeu a noção do ridículo e ficou sem discurso. Está comprovado: o único interesse é mesmo defender o “chefe de quadrilha” (segundo a PGR) e… a quadrilha.
Para encerrar
Alguns cretinos estão tentando ressuscitar a mentira comprovada de que um repórter da VEJA tentou invadir o santuário de José Dirceu naquele hotel. O Ministério Público nem sequer aceitou a denúncia porque não se conseguiu nem mesmo apresentar um indício de que isso tenha acontecido.
A esperança de Lula e da quadrilha do mensalão era a de que o inquérito sobre Demóstenes desmoralizasse a imprensa, contribuindo para livrar a cara dos quadrilheiros. Se o STF vai livrar ou não, isso eu não sei! O que resta comprovado é que foi para o brejo mais essa tentativa do PT de matar o jornalismo para restar como única instância da verdade no país.
Imaginem, meus senhores, a verdade a cargo de José Dirceu. Quando menos, ela teria duas caras.
PS - Ah, sim, independentemente de você ser professor de Educação Moral e Cívica ou não: caso tenha alguma fita que mostre José Dirceu ou outro qualquer mantendo reuniões suspeitas com autoridades da República, faça a fita chegar à imprensa digna desse nome. Isso é do interesse público e tem de ser conhecido pelo público.
PS2 - A propósito: quem vinha vazando a conta-gotas o conteúdo do inquérito sobre Demóstenes? Quem o vazou agora na íntegra? Nao me digam que foi uma freina do convento das Carmelitas Descalças… A farsa desmoronou, Zé! Tente outra vez!
PS3 - E cumpre jamais esquecer as palavras tornadas históricas por Carlinhos Cachoeira e Jairo, um de seus auxiliares. Relembro:
CACHOEIRA - Nós temos de ter jornalista na mão, ô Jairo! Nós temos que ter jornalista. O Policarpo nunca vai ser nosso…
JAIRO - É, não tem não, não tem não. Ele não tem mesmo não. Ele é foda!
28 de abril de 2012
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